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Hoje, 13 de julho, é Dia Mundial do Rock, mas só no Brasil


Hoje é o Dia Mundial do Rock. Quem lê pensa que a data é celebrada em diversos países, mas ela é ignorada ao redor do mundo. Sim, associar o 13 de julho às homenagens ao gênero é justo, porém só acontece no Brasil. Tudo começou em meados dos anos 1990, quando duas rádios paulistas, a 89 FM e a 97 FM (atual Energia 97 FM) decidiram proclamar o dia do rock por essas terras. O 13 de julho é emblemático, não foi escolhido à toa. Em 1985, um megaevento organizado pelo músico Bob Geldof, ex-integrante do Boomtown Rats e protagonista do filme no “The Wall”, tinha como objetivo arrecadar fundos para combater a fome na Etiópia.

Bob Dylan, com a participação luxuosa de Keith Richards e Ron Wood, Led Zeppelin (com Phil Collins na bateria), The Who, Queen, Paul McCartney, David Bowie, Elton John, Eric Clapton, Beach Boys, Tina Turner, U2, Mick Jagger, Joan Baez, Elvis Costello, B.B. King, Madonna, Duran Duran, Santana, Crosby, Stills & Nash, Neil Young e dezenas de outros artistas compraram a ideia de Geldof.

Os shows aconteceram simultaneamente, lotaram dois estádios (o Wembley, em Londres, e o John F. Kennedy, na Filadélfia) e foram transmitidos para quase dois bilhões de pessoas em mais de 100 países, em uma das maiores exibições em larga escala por satélite e televisão de todos os tempos. 

Espertamente, as rádios paulistas escolheram o 13 de julho, capítulo importante para a biografia do rock, criando uma data popular em todo o país. Dia Mundial do Rock (que de universal só tem o nome) é coisa de brasileiro.

O rock morreu (mas continua vivo)

Não vamos entrar no debate que volta e meia aparece nos grandes portais, nas redes sociais e nos grupos de WhatsApp, sobre a relevância (ou a falta dela) do rock nos dias de hoje. “Ah, o rock já não é mais o mesmo”, “O rock morreu e esqueceram de enterrar”, “O rock não é só música, é atitude, nunca vai morrer”... Esqueçamos essas frases repetidas por aí e vamos à história.

Em 3 de fevereiro de 1959, uma tempestade de neve derrubou o avião monomotor que seguia viagem para Fargo, na Dakota do Norte, no Centro-Oeste dos Estados Unidos, e levava o talentoso Buddy Holly, Ritchie Valens, do clássico “La Bamba”, e Big Bopper, considerados três grandes nomes do rock and roll na época. O piloto Roger Peterson também morreu no acidente. O fatídico dia é conhecido como “O dia em que a música morreu”, mas também pode ser mencionado como “O dia em que o rock morreu”.

Em 1971, o cantor e compositor norte-americano Don McLean lançou o folk-rock “American Pie”, que homenageia Holly, Valens e Bopper. Trinta anos depois, Madonna fez sua versão para o clássico.

Rock, juventude e cinema 

Forjado nas raízes da música afro-americana e filho do blues, do rhythm and blues e do country (pode colocar o folk e o gospel nessa lista também), o rock and roll começa a fazer a cabeça dos jovens norte-americanos em meados dos anos 1950. É impossível falar de rock sem associar o estilo ao surgimento de uma ideia, inclusive mercadológica, de juventude. Os jovens do contexto pós-II Guerra Mundial não queriam ter granadas e metralhadoras nas mãos, mas uma guitarra ou uma motocicleta. O rock é a cultura perfeita para o florescimento de uma nova geração de artistas, mas também de um público ávido por novidades, cansado dos figurões que tocavam nos rádios de seus pais e não os representavam.

O cinema também absorveu a relação simbiótica entre o rock e os jovens e também contribuiu para que o estilo se transformasse num fenômeno de massa primeiramente nos Estados Unidos, depois no resto do mundo. Marlon Brando em “O Selvagem” (1953) e James Dean em “Juventude Transviada” (1955) levaram a estética e a linguagem do rock "n" roll para as telonas. Jeans, jaquetas de couro, cigarros, gangues, garotas e a velocidade de carros e motos faziam ilustravam esse universo.

Nos últimos 70 anos o rock mudou tanto e incorporou novas sonoridades que seria necessário páginas e páginas e centenas de linhas para começar a falar sobre as transformações no gênero ao longo das últimas décadas. Contudo, o estilo pode ser dividido em eras, afirma Paul Friedlander, autor de “Rock and Roll: Uma História Social” (fica aqui a dica de leitura).

Na página 18, Friedlander escreve: “Os principais marcos identificáveis e divisórios da história do rock são: primeiro, 1954-1955 ??– a explosão do rock and roll clássico; segundo, 1963-1964 ??– a invasão inglesa; terceiro, 1967-1972 – a era de ouro (o amadurecimento sincrônico de artistas de vários gêneros, incluindo a primeira invasão inglesa, o soul, o som de San Francisco e a ascensão dos reis da guitarra); quatro, 1968-1969 ??– a explosão do hard rock; e quinto, 1975-1977 ??– a explosão do punk.

O resto, como dizem, é história. E barulho.

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