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BRASIL

Lula sobre ameaça de golpe: 'Militares são mais responsáveis do que Bolsonaro'


Ao longo de uma entrevista que durou mais de 1h e meia, o primeiro momento em que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) citou o presidente Jair Bolsonaro (PL), com quem disputará em outubro o Planalto, foi quando saiu em defesa dos militares contra o apoio a uma investida golpista do atual chefe do Executivo federal.

"Ele vai tentar fazer tudo que ele quer fazer. Nós temos que ter em conta que os militares são mais responsáveis do que o Bolsonaro. Eu convivi com os militares, posso te dizer que não tenho queixa do comportamento das Forças Armadas, da Marinha, do Exército e da Aeronáutica", declarou Lula, ao canal Uol, nesta quarta-feira (27).

"Eu mantive oito anos de convivência da forma mais digna possível, eles nunca me criaram um único problema, ajudaram naquilo que era possível ajudar", completou.

O petista continuou acenando aos militares da ativa e ao alto comando das Forças Armadas, embora sem citar diretamente o ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira, ou outros generais que compõem o governo federal. O único citado foi mesmo Bolsonaro.

"Eu tenho certeza que essas bobagens que o Bolsonaro fala não têm o apoio dos militares da ativa. Não têm apoio do alto comando, embora o presidente da República seja o chefe supremo, ele só pode ser considerado chefe supremo quando ele é sério, quando ele respeita a sociedade, as instituições e a democracia", provocou.

"E respeita as próprias Forças Armadas, porque de vez em quando ele fala 'meu Exército, minhas Forças Armadas', não é dele coisa nenhuma. Ele é um cidadão que foi expulso do Exército por má conduta", disse ainda e finalizou: "Não acredito em golpe. Não acredito que as Forças Armadas aceitem isso e que a sociedade brasileira permita".

Na sequência, Lula foi questionado sobre o perfil do ministro da Defesa que estará em seu governo caso seja eleito. 

"Eu sou favorável a um civil como ministro da Defesa. Quando eu era presidente, conversei várias vezes com meus comandantes e eles diziam pra mim: 'Presidente, não é prudente colocar um militar no Ministério da Defesa, porque não é possível uma força mandar na outra. Se coloca o Exército, a Marinha e a Aeronáutica ficam chateadas. Pode ficar certo que será um ministro da sociedade civil, não será um militar."

Lula critica convocação de ato bolsonarista no 7 de Setembro

Antes de entrar nesse assunto, o ex-presidente foi questionado pelo time de jornalistas do site sobre a convocação para um ato bolsonarista na comemoração do 7 de Setembro, Dia da Independência e do bicentenário da Independência. O próprio presidente Jair Bolsonaro fez a convocação no dia da convenção nacional do PL, que confirmou a candidatura da reeleição, em chapa composta com o general Walter Braga Netto. 

"O presidente que aí está, se tivesse o mínimo de bom senso, se tivesse o mínimo de inteligência, ele estaria promovendo um 22 de Setembro [sic] com uma grande festa cívica de comemoração dos 200 anos de Independência, avaliar o que foi feito nesses 200 anos e saber o que queremos daqui pra frente", afirmou Lula.

"Não, ele quer transformar os 200 anos num ato dele. Quer fazer uma motociata. Ele quer brincar com a data mais nobre que nós temos nesse país, é lamentável que seja assim. Ele não vai ter sucesso, porque o povo sabe que a Independência não é um ato dele, não é um ato dos militares. A Independência é uma conquista da sociedade civil brasileira", acrescentou.

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