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BRASIL

Mesmo com deflação no IPCA, preços de alimentos sobem no Brasil em julho


Apesar do cenário de deflação indicado no Brasil em julho no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), os gastos para se alimentar aumentaram no país. Se por um lado o indicador geral recuou -0,68%, o setor de alimentação teve a maior alta observada no mês. O resultado apurado foi de 1,30%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Se considerado apenas os gastos para comer em casa, como compras de supermercado e padarias, o percentual é ainda maior, de 1,47%. A melancia foi o produto com maior alta no grupo alimentar, chegando a um percentual de 31,26%. O leite longa vida foi o que mais subiu, com alta de 25,46%. A carestia acompanhou derivados que também saem dos laticínios.

O queijo subiu 5,26%, o leite condensado variou positivamente em 6,66%, enquanto a manteiga teve crescimento de 5,85%. Outros itens que subiram de preço foram o milho, com 5,83%, pepino 13,23% e a banana e o mamão com elevação de 11,36% e 13,52%. A inflação sobre os alimentos é problema grave no Brasil, que contabiliza ao menos 33 milhões de pessoas passando fome.

O dado é do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), divulgado em junho. Nesta segunda-feira, o 9º Boletim Desigualdade nas Metrópoles indicou que o número de pessoas em situação de pobreza nas metrópoles brasileiras saltou para 19,8 milhões, maior patamar desde 2012.

O grupo em situação de pobreza teve acréscimo de 3,8 milhões de pessoas na comparação com 2020, quando estava em cerca de 16 milhões. O avanço equivale a praticamente o dobro da população total estimada para uma cidade como Curitiba -quase 2 milhões de habitantes.

O boletim é produzido em uma parceria entre a Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS), Observatório das Metrópoles e Rede de Observatórios da Dívida Social na América Latina ( RedODSAL).

Economista e professor dos cursos de Gestão do Centro Universitário de Belo Horizonte (UniBH), Fernando Sette Júnior explicou que a manutenção dos preços de alimentos em alta está ligada a problemas específicos. Ele lembra o caso do leite, que além de estar na entressafra, teve a produção reduzida em 10% neste ano em Minas. “Neste caso, dificilmente vamos ter uma deflação porque os alimentos têm dinâmica própria”, explica.

O docente destaca que a inflação atual, balizada em 10,07% nos últimos 12 meses, agrava as estatísticas de vulnerabilidade social. “Com uma inflação de 4% ao ano dentro do orçamento, o cidadão ainda consegue se virar e ajustar os gastos”, assinala. “Um segundo problema é que o mercado de trabalho voltou a aquecer, no período pós-pandemia, mas pagando menos. Metade da população está em emprego informal e as pessoas são contratadas com salários mais baixos e, consequentemente, o poder de compra diminui”, complementa.

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