“Eu estava com a minha namorada em um trailer, num ponto principal da cidade, em frente à prefeitura. Alguém soltou uma bomba, e os policiais alegaram que fui eu. Então, disse que não tinha feito isso. Aí, eles já começaram a me espancar. Quando fiquei desacordado, minha namorada tentou intervir e levou um murro na cara. Isso é um absurdo! A versão dele é confirmada pelo autor do vídeo.
O que diz a PM no registro da ocorrência
Conforme o registro da ocorrência, a Polícia Militar informa que recebeu uma denúncia de que havia um homem soltando bombas em uma praça perto de crianças. Durante a abordagem, a PM alega que foi desacatada com diversos xingamentos. “O indivíduo estava bastante alterado, apresentando sinais de embriaguez”, diz o documento. Leia também: Carro cai de estacionamento e deixa feridos em BH O registro policial relata também que o jovem, ao recebeu voz de prisão, teria resistido e “agrediu um dos militares com chutes e mordidas”. Posteriormente, ainda conforme a PM, ele teria arremessado um copo de vidro no rosto do policial. “Visando se defender das agressões, e resguardar a vida dos militares, foi necessário fazer o uso da força com golpes de defesa pessoal e, assim, quebrar a resistência. Durante a ação, o autor estava bastante transtornado e aparentava estar sob efeito de álcool e entorpecentes, chegando a não sentir os golpes realizados (contra ele)”, alega a PM. A ocorrência também aponta que, ao ver o namorado ser algemado, a jovem também teria ofendido os militares e estava, a todo momento, dificultando a prisão do autor. Ela também recebeu voz de prisão. O casal foi conduzido ao atendimento médico. Após liberação, eles foram levados para a Delegacia Regional de Bom Despacho. Um dos militares teve um trauma em um dos dedos da mão. O outro policial fraturou o polegar direito, escoriações e hematomas no ombro e na face.Jovem nega desacato e reforça ação truculenta da PM
Questionado sobre o registro da ocorrência policial, o jovem nega que tenha sido agressivo com os policiais. “Não desacatei eles. E mesmo que tivesse feito isso, nada justifica o que fizeram. É um absurdo! Estou no hospital até agora, com muita dor e tomei sete pontos na cabeça”, disse. Apesar das alegações no registro policial, a reportagem entrou em contato com a assessoria de imprensa da Polícia Militar de Minas Gerais e aguarda retorno.Estado de Minas