“Quando você está vencendo, tudo que faz é perfeito, bonito, maravilhoso. Se você sai para o vestiário, escuta música nos pênaltis e ganha, vira moda. E se perdesse? Quando o goleiro cai seis vezes no mesmo canto e ganha, é legal. Quando tem dois expulsos, não passa nada, porque a cabeça é fria. Mas não foi cabeça fria, porque podia ter quebrado um jogador”, disse Cuca em coletiva de imprensa após a vitória do Atlético-MG, sobre o Coritiba, por 1 a 0.
“Se a derrota viesse para ele [Abel Ferreira] nesse jogo, vocês [jornalistas] estariam cobrando as duas expulsões, as seis quedas do goleiro no mesmo canto, o treinador que não ficou para os pênaltis. Mas, quando ganha, tudo é perfeito. Parabéns para o Abel e o Palmeiras. Boa sorte”, acrescentou.
Abel elogiou Cuca após a partida de volta das quartas de final da Libertadores, afirmando que o treinador é “extremamente experiente, com muitos títulos”. Na ocasião, o português também falou sobre o esquema tático de sua equipe e como o adversário poderia explorá-lo com maior eficácia.
“Ele [Cuca] seguramente, quando vir esse jogo, vai perceber que tinha sete jogadores por fora do nosso bloco. Você precisa ter gente por dentro para atacar a nossa linha. Ele tinha os dois pontas por fora, os dois laterais abertos, os zagueiros por trás e poucos jogadores dentro do nosso bloco. Isso, para nós, foi mais fácil de controlar. Claro que, com menos um, como conseguiríamos atacar um time com a qualidade que ele tem? A nossa equipe foi muito competente, mas havia uma ou outra situação que ele poderia ter aproveitado”, disse Ferreira.
Cuca, por sua vez, havia mencionado depois do jogo no Allianz Parque que, com 11 contra 11 em campo, o Atlético-MG poderia ter maior chance de vencer o adversário. Isso porque “o Palmeiras teria que sair para o jogo como estava acontecendo e, depois, não saíram mais”.
Neste domingo, o treinador atleticano afirmou que a sua declaração foi tirada de contexto e virou “chavão” nos programas esportivos: “Não pegaram a sequência da minha entrevista, em que disse que era um jogo de oitenta metros, que eles saíam e nós saíamos. Quando tivemos um jogador a mais, não tinha mais oitenta metros, mas quarenta, trinta”.
“Eles foram lá na linha defensiva e, por jogarem em casa, têm a aceitação do torcedor. No nosso time, sobravam os zagueiros. Com dois homens a mais, não teve jogo. O Palmeiras é um time reativo, então é mais fácil para o Abel pôr Dudu e Rony para marcar. O meu time não conseguiria fazer isso, porque não é reativo, mas proativo: propõe o jogo, coisa que o Palmeiras geralmente não faz. Ele tem a bola longa, a marcação individualizada e joga no seu erro após a roubada de bola”, concluiu Cuca.
Líder do Campeonato Brasileiro, o Palmeiras retorna aos gramados no próximo domingo, às 16 horas (de Brasília), quando recebe o Flamengo. A partida é válida pela 23ª rodada da competição nacional.
Gazeta Esportiva