Para as eleições gerais deste ano, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) contabilizou 175 registros de candidatos autodeclarados indígenas, número recorde da série histórica que começou em 2014, quando a declaração de cor e raça passou a ser um dos critérios de registro. O número representa 0,6% do total de registros.
Há quatro anos, nas eleições de 2018, foram registrados 134 candidatos indígenas, ou 0,46% do total de candidaturas. Em 2014, eram apenas 84 indígenas, 0,32%.
A Rede Sustentabilidade é o partido que mais conta com candidatos indígenas proporcionalmente, com 18 das 464 candidaturas registradas ou 3,9% do total. A legenda é seguida pelo PSol, com 25 indígenas das 904 candidaturas (ou 2,8% do total) e o PT com 22 indígenas das 1.105 candidaturas, (2% do total).
Ainda de acordo com os dados da Justiça Eleitoral, a maioria dos candidatos indígenas estão na Região Norte, o que se deve a uma maior quantidade de terras indígenas demarcadas. Roraima é o estado com mais candidaturas indígenas, com 27, seguido de Amazonas com 18. Em seguida, em outras regiões, estão Mato Grosso do Sul e Rio de Janeiro, ambos com 11 candidatos indígenas.
As candidaturas indígenas foram destaque do Acampamento Terra Livre (ATL) em Brasília, no mês de abril, quando mais de 7 mil indígenas se reuniram na região central da capital federal. As mulheres indígenas se projetaram como candidatas e ganharam mais visibilidade durante o acampamento.
Outro registro de indígena que ganhou destaque na última quinta-feira (11) foi o do vice-presidente Hamilton Mourão (Republicanos). Candidato ao Senado pelo Rio Grande do Sul, Mourão havia se autodeclarado indígena em 2018 e se registrou como branco neste ano. Mas, segundo ele e sua advogada, foi um equívoco. O general da reserva do Exército já pediu a correção à Justiça Eleitoral.
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