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Morte de menor revolta comunidade



O crime aconteceu na noite de sexta-feira. Por volta das 21h, a polícia recebeu uma denúncia anônima informando sobre cinco homens suspeitos em um beco, local conhecido pelo tráfico de drogas. Dois deles, um vestindo uma jaqueta camuflada do Exército Brasileiro e outro uma camisa branca, estariam armados, segundo a PM.
Uma operação foi montada para cercar a área. Ainda conforme a polícia, os militares tentaram fazer com que os rapazes se entregassem, sem sucesso. Nesse instante, segundo relato dos agentes, o suspeito de camisa branca apontou a arma para eles, que, ameaçados, atiraram e balearam Pedro. O menor foi socorrido em uma viatura até o Hospital de Pronto-Socorro (HPS) João XXIII, onde morreu. Uma arma calibre 32 foi apreendida. A PM informou que cinco cartuchos intactos foram encontrados no bolso do rapaz.
Apesar de uma varredura na região, os outros quatro suspeitos não foram localizados.

CONTESTAÇÃO

 Vizinhos de Pedro Henrique Costa disseram que os policiais foram truculentos e não deixaram nem mesmo os familiares se aproximarem do corpo. "Não tivemos nem direito de socorrer ele com dignidade. Jogaram ele como bicho dentro da viatura", relatou uma parente.
A comunidade também questiona onde está a arma supostamente usada pelo adolescente. "Até o momento, ninguém da polícia veio falar com a gente. Fizemos protestos ontem e hoje, com queima de pneus, e nada", contou um líder comunitário.
Os moradores temem represálias da PM e dizem, ainda, que houve manipulação da cena do crime. Segundo testemunhas, os militares atiraram nove vezes contra Pedro Henrique e recolheram as cápsulas antes da chegada da perícia. "Mais um jovem assassinado por quem deveria nos proteger. Queremos justiça", afirmou o familiar do adolescente.
Entre os que conheciam Pedro Henrique Costa, a opinião era unânime: um garoto carinhoso, inteligente e educado. Fã do Galo, ele gostava de brincar na rua e costumava jogar futebol com os amigos em um campo, perto do local onde foi morto. "Era isso que ele estava fazendo ontem. Ele era um jovem alegre, cheio de vida", comenta Guilherme Gomes, vizinho do adolescente.
Familiares e amigos afirmaram que o garoto não estava armado. "Ele nunca esteve metido com nada disso. Infelizmente, eles não querem saber quem é bandido e quem é inocente. Eles nem deram chances. Já chegam atirando", lamenta outro vizinho, que preferiu não ser identificado.
Os militares envolvidos no caso foram detidos na sede do 5º Batalhão da Polícia Militar, mas liberados na manhã de ontem. A Corregedoria da corporação acompanha o caso. A PM informou que iria se pronunciar por meio de nota, mas não tinha retornado até o fechamento desta edição.

VILA BARRAGINHA 

Há pouco menos de um mês, outro caso de violência policial chamou a atenção no estado. Na ocorrência, um policial militar atirou em um homem de 29 anos, que supostamente seria chefe do tráfico de drogas na Vila Barraginha, em Contagem, na Grande BH.
O homem baleado foi identificado como Marcos Vinícius Vieira Couto que, segundo a PM, teria reagido a uma abordagem, tentando pegar a arma do policial. Entretanto, a família tem uma outra versão dos fatos, dizendo que ele colaborou durante a ação. O militar envolvido na ocorrência foi liberado.
A PM também afirmou que os disparos foram feitos com o objetivo de resguardar a vida dos militares e de populares. Marcos tinha três passagens por porte ilegal de arma, seis por tráfico de drogas e uma por comércio de arma de fogo.

Estado de Minas

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