Um incêndio que atinge o Parque Nacional de Brasília desde a manhã de segunda-feira (5) já destruiu 130 hectares de vegetação – equivalente a 183 campos de futebol. O fogo segue sem controle, apesar do imenso contingente de bombeiros deslocados para a área, com caminhões de água, helicópteros e até um avião.
Por questões de segurança, o combate ao fogo foi suspenso durante a noite de segunda, mas já foi retomado na manhã desta terça-feira (6), com 90 bombeiros em terra. Eles afirmam que a alta temperatura e baixa umidade não favorecem o trabalho dos militares. De acordo com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), havia duas frentes de incêndio. Apenas uma foi extinta.
Maior parque urbano do mundo, o Parque Nacional de Brasília foi criado em 29 de novembro de 1961 e ocupa 42.389 hectares, abrangendo as regiões administrativas de Brasília, Sobradinho e Brazlândia e o município goiano de Padre Bernardo. A unidade de conservação surgiu da necessidade de proteger os rios fornecedores de água potável à capital federal e de manter a vegetação em estado natural.
O parque tem grande relevância ecológica e beleza cênica. Ele protege ecossistemas típicos do cerrado do Planalto Central, abrigando as bacias dos córregos formadores da represa Santa Maria, responsável pelo fornecimento de 25% da água potável que abastece o Distrito Federal. A reserva também possibilita a realização de pesquisas científicas e o desenvolvimento de atividades de educação e interpretação ambiental, de recreação em contato com a natureza e de turismo ecológico.
A principal atração do Parque Nacional de Brasília é a parte das piscinas públicas. Elas se formaram a partir dos poços de água, que surgiram às margens do córrego Acampamento, pela extração de areia feita antes da implantação de Brasília. Para quem gosta de caminhada, o parque tem duas trilhas de pequena dificuldade.
Sem chuva há 122 dias, Brasília está em “Alerta Vermelho”
Brasília chegou a 122 dias sem chuva nesta terça-feira (5), sem previsão de fim da estiagem nesta semana, em que a capital deve ter mais de 500 mil pessoas nas ruas no 7 de Setembro.
Sábado (3), o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) registrou 9% de umidade relativa do ar, o que levou a Defesa Civil a emitir “Alerta Vermelho” para o Distrito Federal. Segundo os meteorologistas, a umidade do ar pode cair ainda mais, com temperatura acima dos 30ºC nas horas mais quentes dos dias. A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda, como índice ideal, 60%.
O “Alerta Vermelho” representa “grande perigo”, conforme a escala da Defesa Civil – idosos e crianças são os mais atingidos com os problemas de saúde provocados pela baixa umidade e o calor.
Confira os níveis de alerta conforme a umidade relativa do ar:
O Inmet e a Defesa Civil usam três alertas para os níveis de umidade, sendo o vermelho o mais grave deles:
- Alerta amarelo (potencial perigo): umidade entre 30% e 20% por cinco dias seguidos
- Alerta laranja (perigo): umidade fica abaixo de 20% por três dias consecutivos
- Alerta vermelho (grande perigo): umidade abaixo de 12% por 2 dias seguidos
Oito cidade de Goiás estão em estado de emergência por causa de incêndios
Também no Centro-Oeste, o estado onde está inserido o quadrilátero do Distrito Federal, Goiás tem oito municípios em “estado de emergência” por causa de incêndios florestais.
As cidades são: Alto Paraíso de Goiás, Cavalcante, Colinas do Sul, Guarani de Goiás, Nova Roma, São Domingos, São João D'Aliança e Teresina de Goiás. Metade fica na região da Chapada dos Veadeiros, que concentra a maior reserva de cerrado nativo do mundo.
A Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil reconheceu a situação nas regiões norte e nordeste atingidas por incêndios florestais. Com isso, o Corpo de Bombeiros pode pedir recursos para o combate ao fogo de forma mais rápida e eficaz.
A portaria foi publicada no “Diário Oficial da União” de sexta-feira (2). Com isso, o estado de Goiás pode pedir recursos do Ministério do Desenvolvimento Regional para atendimento à população afetada. As ações envolvem socorro, assistência às vítimas, restabelecimento de serviços essenciais e reconstrução de infraestrutura destruída ou danificada.
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