Faltando duas semanas para 2 de outubro, dia do primeiro turno das eleições gerais, o presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL) foi a Garanhuns para uma motociata com apoiadores, na cidade do agreste pernambucano onde nasceu o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), principal adversário de Bolsonaro na disputa à Presidência.
De Garanhuns, Bolsonaro seguiu com aliados estaduais, entre eles o ex-ministro do Turismo Gilson Machado, candidato ao governo de Pernambuco, para Caruaru, onde discursou e fez críticas aos governos petistas, neste sábado (17). O vídeo foi transmitido numa live nas redes sociais do presidente.
“Eles não pensam nos mais pobres. Só pensam em época de eleição para tirar voto dos mais necessitados”, disse o chefe do Executivo federal, tecendo críticas também ao Bolsa Família, que no governo atual foi substituído pelo Auxílio Brasil, e acusando parlamentares do PT de terem sido contra a aprovação do "bônus" de R$ 200 no benefício social até dezembro. Embora diga publicamente que vai manter o pagamento dos R$ 600 do Auxílio Brasil se for reeleito, o governo federal enviou ao Congresso uma Proposta de Lei Orçamentária que prevê apenas R$ 400.
Em julho, o governo de Bolsonaro articulou com o Congresso Nacional a aprovação de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) para turbinar o Auxílio Brasil com R$ 200 até dezembro, passando de R$ 400 para R$ 600 mensais às vésperas das eleições. A PEC previa também a criação de auxílios para caminhoneiros e taxistas, e permitiu driblar o teto de gastos para liberar os pagamentos de benefícios sociais.
"Repito, eu não fechei nenhuma casa de comércio no Brasil, não fechei nenhuma escola", completou Bolsonaro, referindo-se à pandemia do coronavírus.
Um dirigente do PT em Garanhuns e primo de Lula, Eraldo Ferreira, contou à reportagem do jornal O Globo que orientou correligionários e militância para que não saíssem de casa e evitassem conflito.
"Reunimos a militância e suspendemos as atividades. Amanhã não é dia de ninguém ir para a rua. Também orientamos a evitar roupa vermelhas, as bandeiras e qualquer coisa que possa dar origem a uma confusão. Não duvido que queiram criar algo e por isso nós não vamos para a rua", afirmou Ferreira ao jornal.
Enquanto Bolsonaro estava fazendo campanaha em Pernambuco, Lula fez o mesmo em Curitiba, no Paraná. Ao discursar, o ex-presidente lembrou que os dias presos na Polícia Federal de Curitiba não o fez odiar a cidade, ao contrário, o fez "aprender a amar Curitiba", pois foi onde começou a namorar a atual esposa Rosângela Silva, a Janja, e onde foi acolhido pela militância que organizou a vigília "Lula livre".
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