Primeira fase acontece em 6 de novembro, e a segunda está marcada para 11 e 12 de dezembro. Estudante durante 1ª fase do vestibular 2022 da Unicamp
Julio Cesar Costa / g1
A Unicamp divulgou nesta sexta-feira (23) que 61,6 mil candidatos estão inscritos no vestibular 2023, onde oferece 2.540 vagas em 69 cursos de graduação. O número é inferior aos 63,2 mil da edição anterior e, ainda em meio aos reflexos da pandemia no ensino e economia, a universidade tem entre participantes 30,2% de estudantes da rede pública, o menor índice em seis anos e igual a 2017.
A comissão organizadora (Comvest) informou que a primeira fase terá avaliação em 6 de novembro, e a segunda fase será realizada pela primeira vez no mês de dezembro, nos dias 11 e 12 - período em meio à realização da Copa do Mundo no Catar, entre 21 de novembro e 18 de dezembro. O calendário foi definido de maneira conjunta entre responsáveis pelos vestibulares das universidades públicas de São Paulo, para evitar que datas coincidam e ainda facilitar a participação de candidatos nos exames.
Os dez cursos mais concorridos são:
Medicina - 293,87 candidatos por vaga (c/v)
Arquitetura e urbanismo - 83
Ciência da computação - 75,85
Ciências biológicas - 49,79
Engenharia de computação - 44,7
Comunicação social - midialogia - 39,58
Farmácia - 32,5
Enfermagem - 28,5
Ciências Econômicas (integral) - 29,61
História - 27,47
Faixa esperada
A Unicamp teve recorde de inscritos no vestibular 2018: naquele exame foram 83,7 mil. Contudo, a partir de 2019, a instituição passou a direcionar 639 vagas para a modalidade que usa notas do Enem para avaliações. A exceção desde então ocorreu na edição 2021, quando uma divergência de calendários com a União fez a Unicamp incorporar as oportunidades na seleção tradicional.
Para a universidade, o total de inscritos no vestibular 2023 ficou na faixa esperada. À época em que as inscrições foram abertas, o diretor da Comvest, José Alves de Freitas Neto, já havia sinalizado que a procura seria menor por conta da queda do número de estudantes de escola pública que pediram isenção na taxa. A instituição vê a evasão escolar decorrente da crise sanitária como uma das causas.
As isenções contemplam 12,3% do total de inscritos, índice superior aos 11,5% do exame anterior.
Rede pública
O maior percentual de candidatos da rede foi contabilizado no processo 2021, quando 34,2% estavam matriculados no terceiro ano ou concluíram o ensino médio em escolas do poder público. Nesta edição, o percentual de 30,2% representa 18,6 mil estudantes.
"Estamos muito atentos e temos conversado com a Secretaria de Educação [do estado] e os próprios professores em relação à especificidade da escola pública e as reflexões necessárias, inclusive sobre o ensino médio, o quanto a universidade deveria estar no horizonte de candidatos e candidatas. Estamos insatisfeitos com esses números, gostaríamos de ver um crescimento, fizemos muitas ações de visitas a escolas, lives, mas, sabemos que houve uma desmobilização geral. Temos que lutar contra esse quadro e contamos com estudantes e professores para que possamos reverter no próximo ano", avaliou Freitas Neto ao ponderar que para ele o número não pode ser visto como tendência e outros vestibulares verificam queda por conta da pandemia.
Inclusão social e 'dupla inscrição'
A Unicamp ressaltou, em contrapartida, que o percentual de candidatos pretos e pardos no vestibular 2023 aumentou, no comparativo com a edição anterior - passou de 19,1% para 19,6%. Neste mesmo intervalo, o número de estudantes que optou por cotas étnico-raciais foi de 10,7% para 11,1%.
Além disso, a universidade ressaltou que 82% dos candidatos que fizeram ensino médio integralmente na rede pública e se inscreveram no vestibular 2023, também indicaram participação via Enem. Esta foi a primeira vez que a Unicamp autorizou a medida à espera de dobrar a procura nesta modalidade. Confira aqui mais detalhes sobre a iniciativa.
"Foi uma medida bem aceita, os outros 18% podem ser candidatos treineiros ou de cursos que não têm a modalidade Enem, que são os de habilidades específicas. A adesão significa um processo de desburocratização da inscrição porque nós tínhamos repetição de formulários, informações, que o candidato pode oferecer no ato de inscrição. Saímos de cara com 12,6 mil inscritos", avaliou Freitas Neto.
O vestibular
Os locais de prova da primeira fase serão divulgados pela Comvest no dia 25 de outubro. O exame segue a logística do vestibular anterior, informou a Comvest. As provas da 1ª fase ocorrem em 31 cidades de São Paulo, além de Belo Horizonte (MG), Brasília (DF), Curitiba (PR), Fortaleza (CE) e Salvador (BA). Confira abaixo o cronograma completo..
A primeira lista de aprovados será divulgada em fevereiro de 2023, com matrícula online no período entre os dias 7 e 9. O semestre letivo começa no mês de março e a Unicamp prevê até oito chamadas de candidatos aprovados no processo seletivo.
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O diretor da comissão salientou que o modelo de prova será o mesmo da edição anterior, quando a primeira fase começou a ser elaborada com 72 questões a serem resolvidas pelo período de cinco horas. Já a segunda fase continuará a ser aplicada em dois dias, com provas comuns a todos os candidatos, incluindo a de redação, e um dia em que aborda os conhecimentos específicos.
Provas de habilidades
Antes da primeira fase, informou a Unicamp, haverá provas de habilidades específicas para quem planeja cursar música (setembro e outubro). Para os demais cursos que exigem provas específicas - arquitetura e urbanismo, artes cênicas, artes visuais e dança - elas serão entre 4 e 6 de janeiro.
Cronograma
Prova de habilidades específicas - música: entre setembro e outubro de 2022;
1ª fase: 6 de novembro de 2022;
2ª fase: 11 e 12 de dezembro de 2022;
Provas de habilidades específicas: 4 a 6 de janeiro de 2023;
Divulgação da primeira chamada: 6 de fevereiro de 2023;
Matrícula online da primeira chamada: 7 a 9 de fevereiro de 2023;
Obras literárias
A lista de obras literárias obrigatórias no vestibular 2023 é a mesma do exame anterior:
"Carta de Achamento do Brasil" - Pero Vaz de Caminha;
"Niketche – uma História de Poligamia" - Paulina Chiziane;
"Tarde" - Olavo Bilac;
"Bons dias" - Machado de Assis;
"Sonetos escolhidos" - Luís de Camões;
Sobrevivendo no inferno" - Racionais MC's;
"O seminário dos ratos" - Lygia Fagundes Telles (ficou de fora em 2021 após redução);
"O marinheiro" - Fernando Pessoa;
"A falência" - Júlia Lopes de Almeida;
"O ateneu" - Raul Pompeia;
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