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Testes do uso combinado das vacinas AstraZeneca/Oxford e Sputnik V devem começar em fevereiro, diz farmacêutica russa

Por Redação

19/01/2021 às 11:31:56 - Atualizado há
O objetivo é avaliar a imunogenicidade e segurança do uso combinado dos dois imunizantes. Na fase 1-2 dos testes, 100 participantes receberão a vacina AstraZeneca/Oxford e, 29 dias depois, a vacina Sputnik V. Rússia e Reino Unido vão testar a combinação de duas vacinas

Os testes em humanos de uma vacina contra a Covid-19 combinando a Sputnik V, da Rússia, com o imunizante da AstraZeneca/Oxford, devem começar no início de fevereiro, disse o presidente da farmacêutica russa R-Pharm à agência de notícias Reuters.

O objetivo é avaliar a geração de anticorpos e segurança do uso combinado de um dos componentes da Sputnik V e um dos componentes da vacina AZD1222, desenvolvida pela AstraZeneca.

Em dezembro, as duas desenvolvedoras assinaram um acordo para testar a combinação dos imunizantes. A vacina da AstraZeneca/Oxford é uma das aprovadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para uso emergencial no Brasil.

Nas fases 1 e 2, que serão realizadas de forma conjunta, 100 participantes receberão a vacina AstraZeneca e, 29 dias depois, a vacina Sputnik V. Os testes acontecerão no Azerbaijão, Argentina, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Rússia e outros lugares (veja mais sobre etapas de produção de vacina abaixo).

A AstraZeneca ainda não se manifestou, segundo a Reuters.

Vacina de Oxford (AstraZeneca) - Foto mostra voluntário recebendo a vacina em um hospital de Soweto, em Joanesburgo, na África do Sul, em junho de 2020

Siphiwe Sibeko/Pool via AP

Tecnologia

Ambas as vacinas usam um vetor viral. Nesse tipo de vacina, os pesquisadores usam um outro vírus, modificado, para introduzir parte do material genético do novo coronavírus (Sars-CoV-2) no organismo e induzir a resposta do sistema de defesa do corpo.

Nas duas vacinas, o tipo de vírus que "carrega" o coronavírus para o corpo é um adenovírus. As duas também são aplicadas em duas doses.

A diferença é que, na vacina de Oxford, os adenovírus usados nas duas doses são iguais. Na Sputnik V, eles são diferentes. Segundo os cientistas russos, isso é uma grande vantagem da vacina.

Pesquisadores disseram que "o uso de dois vetores diferentes para duas injeções vai resultar em uma eficácia maior do que usar o mesmo vetor para as duas injeções".

Kirill Dmitriev, o líder do fundo RDIF, que financiou a Sputnik V, disse que isso mostra a força da tecnologia da vacina e "a nossa disposição e desejo para fazer parcerias com outras vacinas para combater a Covid-19 juntos".

Etapas para a produção de uma vacina

Nos testes de uma vacina – normalmente divididos em fase 1, 2, e 3 – os cientistas tentam identificar efeitos adversos graves e se a imunização foi capaz de induzir uma resposta imune, ou seja, uma resposta do sistema de defesa do corpo.

ETAPAS: por que a fase 3 dos testes clínicos é essencial para o sucesso e a segurança das vacinas

Os testes de fase 1 costumam envolver dezenas de voluntários; os de fase 2, centenas; e os de fase 3, milhares. Essas fases costumam ser conduzidas separadamente, mas, por causa da urgência em achar uma imunização da Covid-19, várias empresas têm realizado mais de uma etapa ao mesmo tempo.

Antes de começar os testes em humanos, as vacinas são testadas em animais – normalmente em camundongos e, depois, em macacos.

Veja VÍDEOS da vacinação no Brasil
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