A Rússia já havia ordenado a retirada de civis de uma faixa que controla na margem oeste do rio, onde as forças ucranianas estão avançando para capturar a cidade de Kherson. Autoridades instaladas pela Rússia disseram nesta terça-feira (1°) que agora estão estendendo essa ordem para uma área de 15 quilômetros ao longo da margem leste.
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A Ucrânia diz que as retiradas incluem deportações forçadas do território ocupado, um crime de guerra. A Rússia, que afirma ter anexado a área, diz que está levando civis para um local seguro por causa de uma ameaça de que a Ucrânia pode usar armas não convencionais:"Devido à possibilidade do uso pelo regime ucraniano de métodos de guerra proibidos, além da informação de que Kiev está preparando um ataque maciço de mísseis à usina hidrelétrica de Kakhovka, existe o perigo imediato de a região de Kherson ser inundada", disse Vladimir Saldo, chefe instalado pela Rússia na província ocupada de Kherson, em uma mensagem de vídeo.
"Dada a situação, decidi expandir a área de retirada em 15 quilômetros do Dnipro", afirmou ele. "A decisão possibilitará a criação de uma defesa em camadas para repelir os ataques ucranianos e proteger os civis."
Moscou tem acusado Kiev de planejar o uso da chamada "bomba suja" para espalhar radiação ou explodir uma represa para inundar cidades e vilarejos na província de Kherson. Kiev diz que as acusações de que usaria tais táticas em seu próprio território são absurdas, mas que a própria Rússia pode estar planejando tais ações para culpar a Ucrânia.
A foz do rio Dnipro se tornou uma das linhas de frente mais importantes da guerra nas últimas semanas, com as forças ucranianas avançando para expulsar as tropas russas de seu único bolsão na margem oeste. A Rússia tem milhares de soldados lá e vem tentando reforçar a área. O avanço da Ucrânia desacelerou nos últimos dias, com os comandantes citando o clima e o terreno mais difícil.
A União Europeia acusou hoje (1°) Moscou de criar um novo programa para recrutar ilegalmente homens na Crimeia, que a Rússia capturou em 2014, para lutar em suas forças.
A Rússia, que lançou sua "operação militar especial" na Ucrânia em fevereiro, anunciou que completou uma campanha de mobilização ordenada em setembro pelo presidente Vladimir Putin, dizendo que convocou 300.000 reservistas e que não são necessários mais.
No entanto, Putin não emitiu um decreto encerrando a mobilização, levantando a preocupação de que ele possa reiniciá-la sem aviso prévio. Um senador do partido governante russo disse na terça-feira que um decreto encerrando formalmente a mobilização não era necessário.
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Agência Brasil