Grupo vai revisar a atual legislação e sugerir mudanças para o seu aperfeiçoamento. Prazo para a comissão concluir trabalhos é de 120 dias. A Câmara dos Deputados instalou nesta quinta-feira (21) uma comissão de juristas para debater propostas de combate ao racismo estrutural e institucional no Brasil.O grupo terá como missão revisar a atual legislação e sugerir mudanças para o seu aperfeiçoamento. O prazo para a comissão concluir os seus trabalhos é de 120 dias, que poderá ser prorrogado.O colegiado será presidido pelo ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Benedito Gonçalves. Em seu discurso na abertura dos trabalhos, Gonçalves relembrou o passado escravocrata do Brasil e disse que "terminada a escravidão, brotou o preconceito".Ministro Benedito Gonçalves, do STJ, escolhido para presidir comissão que vai debater propostas para combate ao racismoSandra Fado/Divulgação/STJEle destacou a importância de se discutir medidas de enfrentamento ao racismo institucional, que, segundo ele, é "menos evidente e indireto" e ocorre por meios institucionais, como "abordagens mais violentas de policiais contra pessoas negras e a desconfiança de agentes de segurança contra pessoas negras".Quanto ao racismo estrutural, Gonçalves ponderou que também é "menos perceptivo" e "está cristalizado na cultura do povo, de modo que nem parece racismo". "Isso pode ser constatado pelas poucas pessoas negras que ocupam lugares nas instituições", afirmou.A instalação da comissão também contou com a presença do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Ele lamentou ter tomado a decisão de criar o colegiado somente no final do seu mandato à frente da presidência da Casa. O mandato dele como presidente terminará no dia 1º de fevereiro, quando haverá eleição para a escolha do seu sucessor.No entanto, Maia afirmou que, a partir do dia 2 de fevereiro, estará no plenário ao lado dos demais parlamentares votando matérias de combate ao racismo."Vamos fazer uma nova história para tirar da nossa história todas essas noticias e dramas do dia a dia que muitos vivem com o racismo estrutural", disse.Vídeos: assista a mais reportagens sobre política