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Política

Vacina 'não está comprovada cientificamente', diz Bolsonaro, contrariando o que disse a Anvisa e as provas obtidas por cientistas


Anvisa decidiu por unanimidade de votos da diretoria aprovar o uso emergencial da CoronaVac, por entender que a aplicação é segura e eficaz. Testes da CoronaVac mostraram que o imunizante tem 100% de eficácia contra casos graves de Covid-19. O presidente Jair Bolsonaro disse nesta sexta-feira (22) que "não há nada comprovado cientificamente sobre essa vacina aí". Única vacina aplicada no Brasil até o momento, a CoronaVac teve uso emergencial aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A aprovação da Anvisa significa que a vacina tem a eficácia e a segurança necessárias para ser aplicada emergencialmente.

Bolsonaro deu a declaração a jornalistas na porta do Palácio da Alvorada. Ele repetiu, como tem feito nas últimas semanas, que a vacinação não será obrigatória.

"Eu não posso obrigar ninguém a tomar vacina, como um governador um tempo atrás falou que ia obrigar. Eu não sou inconsequente a esse ponto. Ela tem que ser voluntária, afinal de contas, não está nada comprovado cientificamente com essa vacina aí", afirmou o presidente.

"O pessoal dizia que eu era contra a vacina. Eu era contra a vacina sem passar pela Anvisa. Passou pela Anvisa, eu não tenho mais o que discutir, eu tenho que distribuir a vacina", completou Bolsonaro.

As declarações de Bolsonaro no sentido de gerar desconfiança sobre a vacinação não possuem fundamento científico.

A Anvisa aprovou tanto o uso emergencial da CoronaVac quanto o da vacina da Universidade de Oxford e da farmacêutica AstraZeneca por unanimidade dos votos da diretoria.

Até o início de 2021, o governo federal tinha garantido somente a compra de doses da vacina de Oxford, que será produzida em parceria com a Fiocruz. O governo também faz parte de um consórcio coordenado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), que prevê entregar doses de vacinas, ainda sem prazo definido.

As doses da vacina de Oxford ainda não chegaram ao país. Com isso, o governo federal decidiu na semana passada comprar doses da CoronaVac, vacina que Bolsonaro havia dito em outubro que não compraria. As doses compradas foram distribuídas aos estados, que já começaram a imunizar os grupos prioritários.

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