Outros episódios de agressão
Essa não foi a primeira vez que David Pifano Pires agiu com agressividade em um estabelecimento comercial, conforme informado por um segurança de 35 anos ouvido pela reportagem. Segundo ele, há cerca de seis meses, David foi conduzido para fora de uma boate na Avenida Brasil, no Centro de Juiz de Fora, após incomodar clientes no espaço. “Muito alterado e bêbado, ele 'cantou' a esposa de um policial militar e ameaçou o PM que reclamou da abordagem. Como eu era o chefe da segurança no local naquele dia, os funcionários me chamaram. Quando cheguei, ele tentou me agredir, mas consegui imobilizá-lo e leva-lo até a saída”, relatou o profissional, que pediu para não ter o nome divulgado com o objetivo de preservar sua família. Já na portaria, o segurança contou que “baixou a guarda” e explicou o motivo pelo qual ele estava sendo retirado do espaço. “Ele deu um soco no meu rosto e, em seguida, consegui neutralizar ele. Aí ele foi embora, mas voltou no mesmo dia e disse a outros seguranças que ia me matar.” Segundo o segurança, um dos alvos do ataque desse sábado é seu amigo. Logo, o Estado de Minas tentou contato com o profissional, mas ele não quis gravar entrevista, mesmo sob condição de anonimato. O segurança ouvido pelo Estado de Minas afirmou que – antes do embate com David à época – outro amigo, que também trabalha na área, já havia sido agredido por ele com uma coronhada na cabeça enquanto trabalhava em outra boate, também situada no Bairro Aeroporto. A reportagem entrou em contato com a vítima, mas ainda não obteve retorno. “A sensação é de impunidade pelo o que ele vem fazendo, mas eu não temo por mim, pois sei me defender. Minha preocupação é com minha esposa e meu filho que só tem 10 anos”, finalizou.Até o fechamento desta reportagem, David Pifano Pires não foi encontrado para comentar o caso. O espaço segue aberto, caso o policial penal tenha interesse em dar alguma declaração. Procurada pelo Estado de Minas, a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) alegou que o fato ocorreu “fora do horário de trabalho do policial penal, que estava de folga”. Por fim, a secretaria disse que “está ciente do ocorrido e vai aguardar a conclusão do inquérito policial para que sejam tomadas as providências administrativas”, caso elas sejam “cabíveis”. Já a Polícia Civil esclareceu, em nota, que a ocorrência de ameaça foi registrada no último sábado. No entanto, “por se tratar de um crime de ação penal pública condicionado à representação, a PCMG orienta que a vítima procure a unidade policial mais próxima para propor a devida representação para dar prosseguimento à investigação, conforme prevê a legislação”.
Estado de Minas