Marília se pronunciou por meio de um vídeo publicado esta tarde pela prefeita em seu perfil no Instagram. “Estou não só entristecida, mas muito indignada com o que aconteceu em duas escolas do nosso município. Na escola do bairro Solar do Madeira, ela foi totalmente vandalizada. Não roubaram nada, mas estão ameaçando. Ameaçam a comunidade e os nossos educadores com manifestações nazistas. Isso é também uma manifestação política de violência”, avalia. “Por isso, nosso comandante da Guarda, Edson, está aqui e vamos articular com o Ministério Público, Polícia Civil e Polícia Militar para que juntos possamos apurar e impedir que este ataque ao nosso município se generalize. Não podemos banalizar o que aconteceu aqui”, completa. A gestora também disse que as aulas nas unidades invadidas estão suspensas até que a prefeitura possa fazer uma reunião com a comunidade e convocou as forças de segurança para o combate às ameaças extremistas.
Escolas atacadas nesta terça-feira
A
Escola Municipal José Silvino Diniz, no bairro Solar do Madeira, em Contagem, foi invadida nesta madrugada. Funcionários chegaram para trabalhar e encontraram vidros de janelas e carteiras quebrados, vasos de plantas revirados, pichações de suástica – o maior símbolo do nazismo – e o nome do Hitler. Além disso, uma exposição montada pelos alunos para o Dia da Consciência Negra foi destruída pelos criminosos, que também deixaram no local ameaças à diretora da unidade escolar e a uma turma do 9º ano. Também nesta madrugada, a
Escola Municipal Professora Maria Martins, no Bairro Tropical, amanheceu com câmeras e vidros e quebrados. A instituição fica a cerca de 5 km da escola alvo de ameaças nazistas. Desta vez, no entanto, os autores não deixaram mensagens de apologia ao movimento de extrema-direita. Mais cedo, a Polícia Civil informou que a perícia oficial foi acionada para realizar os levantamentos de praxe que irão subsidiar a investigação, que tramita na 3ª Delegacia de Polícia Civil do município.
“Viva Hitler” e “Morte aos judeus”
Na última quarta-feira (23/11), alunos da Universidade do Estado de Minas Gerais (Uemg), em Divinópolis, no Centro-Oeste do estado, encontraram no banheiro da instituição
desenhos da suástica e os dizeres: "Viva Hitler" e “Morte aos judeus”. Em nota no Instagram, a Uemg repudiou a ação e prometeu “tomar as providências necessárias para apurar o caso”, bem como aplicar as punições previstas no Regimento Geral da Universidade.
O que diz a lei
No Brasil, a apologia ao nazismo é enquadrada como ato criminoso dentro da Lei do Racismo 7.716/89. A legislação define que é crime “fabricar, comercializar, distribuir ou veicular símbolos, emblemas, ornamentos, distintivos ou propaganda que utilizem a cruz suástica ou gamada, para fins de divulgação do nazismo”. A pena é a de reclusão de dois a cinco anos e multa.