De acordo com o Governo de Minas Gerais, caberá ao grupo italiano INC S.P.A., que venceu o leilão da obra em agosto, executar o projeto e fazer o diálogo para aperfeiçoamento e licenciamento ambiental com os municípios pelos quais o rodoanel passará.
O projeto do rodoanel é motivo de um imbróglio entre o governo estadual, entidades da sociedade civil e prefeituras, em especial as administrações de Contagem e Betim, que contestam a obra na Justiça. Em uma das ações movidas pela Prefeitura de Contagem, o Executivo Municipal aponta que a obra apresenta riscos à Bacia Hidrográfica de Vargem das Flores e risco ao abastecimento hídrico na Grande BH. A alegação é corroborada pela Prefeitura de Betim. As cidades também criticam o traçado da estrada, que prevê obras em regiões densamente povoadas, incluindo comunidades tradicionais como o Quilombo dos Arturos.
Entidades da sociedade civil endossam o coro contra a obra. O Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) questiona os mesmos pontos abordados pelas prefeituras da Grande BH e cobram transparência no processo de construção da via. Grupos ambientalistas, como o Projeto Manuelzão, criticam o uso de parte da indenização paga pela Vale pela Tragédia de Brumadinho em uma obra que beneficiaria o escoamento da produção de mineradoras na região.
De acordo com a secretaria de estado de Infraestrutura e Mobilidade Urbana (Seinfra), o projeto conta com investimento de R$ 3,07 bilhões do governo estadual, proveniente do acordo judicial feito com a Vale pelo rompimento da barragem da empresa em Brumadinho. A INC S.P.A. também deverá investir mais R$ 2 bilhões no rodoanel. O prazo de concessão é de 30 anos.
O Governo de Minas Gerais argumenta que a construção do Rodoanel Metropolitano desafogará o atual Anel Rodoviário e tem potencial para reduzir cerca de mil acidentes por ano na via.
Estado de Minas