Ele conta que perto da casa da professora havia uma moita de bambu e, por ser mais alta, teria atraído o raio. Viana diz que, segundo relato de familiares, um pouco de energia decorrente da descarga elétrica teria sido atraída para a casa de Rita. “Ela se assustou muito e recebeu um pouco dessa energia. O raio não a atingiu diretamente.”
De acordo com Viana, a professora desmaiou e teve uma parada cardíaca. Os vizinhos acionaram o Corpo de Bombeiros, que a levaram para receber atendimento em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA), em Formiga. “Quando ela chegou no hospital daqui, teve a segunda parada cardíaca e morreu.”
Tristeza e nota de pesar
Apesar de nunca ter trabalhado com Rita, Viana conta que eles faziam parte de um grupo de luta por direitos dos professores. “Era uma excelente professora, muito dedicada. Dava aula de Língua Portuguesa.”
Segundo ele, a professora perdeu o pai no início do ano e estava afastada do trabalho há cerca de seis meses. “Ela estava com muitos problemas de saúde, era hipertensa.”
Ele lamenta a morte da colega. “Ela era muito intensa em tudo o que queria fazer. Era lutadora e criou quatro filhos sozinha. Foi muito triste para todos nós.”
O Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (SindUte-MG), emitiu uma nota de pesar pela morte da professora.
"No cantinho do coração, um dia para silenciar, contemplar e toda uma vida para agradecer à professora Rita Inês Cunha. Agradecer pela sua vida, luta e legado. A professora leva um pouco de nós e nos deixa um tanto de si. Amiga, companheira querida, dedicada à escola pública, ao ensinar e aprender. Honraremos sua trajetória com muita luta em defesa de uma educação pública de qualidade social para os filhos e as filhas da classe trabalhadora", disse a nota.