A Polícia Civil do Rio de Janeiro investiga as mortes de dois militares, do Exército e da Marinha, encontrados carbonizados dentro de um carro no município de São Pedro d'Aldeia (RJ), na Região dos Lagos fluminense. As autoridades acreditam que traficantes os torturaram.
Júlio César e Sidney dos Santos, moradores da cidade de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, foram passar o final de semana com amigos mas, na madrugada de sábado (03), teriam sido surpreendidos por criminosos que atearam fogo no carro onde os dois estavam. Um dos corpos foi encontrado no porta-malas e o outro no banco de trás do veículo, que ficou destruído.
"Ninguém sabe o que aconteceu. Eles tinham ido encontrar uns amigos, a família não conseguiu mais contato e aí veio a notícia. Estão todos com medo, ninguém quer falar até entendermos o que houve, o que motivou isso tudo. Pelo que entendi, eles foram assaltados, [os assaltantes] viram que eram militares e torturaram os dois colocando fogo com eles ainda vivos. Perder alguém dessa forma tão cruel é muito doloroso", desabafou um amigo de uma das vítimas, que pediu para não ser identificado.
Em nota, a Polícia Militar informou que uma equipe do batalhão foi acionada e, chegando no local, foi encontrado o "veículo incendiado com dois corpos no interior do automóvel, que estava abandonado na Estrada da Caveira". A área foi isolada e a perícia foi feita.
Além da possibilidade de assalto, a polícia também trabalha com a hipótese de os militares terem entrado por engano em uma comunidade e, por serem do Exército e da Marinha, traficantes da região atearam fogo no carro. As investigações ainda estão em andamento e nenhuma linha foi descartada.
Como o carro tem GPS, os agentes pretendem refazer o trajeto dos militares para saber onde estavam antes de serem mortos.
Ao longo do dia deste domingo (4), familiares estiveram no Instituto Médico Legal de Cabo Frio - cidade vizinha -para fazer a liberação dos corpos. Ainda não há informações sobre o enterro.
O Exército e a Marinha ainda não se manifestaram sobre o ocorrido.
"Os agentes buscam imagens de câmeras de segurança e ouvem testemunhas", informou a Polícia Civil.
(Tatiana Campbell/Folhapress)