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Em todo o Brasil, 200 mil bolsistas não receberam seus auxílios, segundo a coordenação da pasta. Campus da UFSCar em São Carlos e campus da Unesp AraraquaraReproduçãoMais de 1,2 mil alunos da Universidade Estadual Paulista (Unesp) em Araraquara (SP) e da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) ficaram sem receber o pagamento da bolsa Capes em dezembro. O benefício é destinado a estudantes que fazem mestrado, doutorado e pós-doutorado e deveria ser pago nesta quarta-feira (7). Compartilhe no WhatsAppCompartilhe no TelegramEm todo o Brasil, 200 mil bolsistas não receberam seus auxílios segundo a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), órgão vinculado ao Ministério da Educação (MEC).Na Unesp de Araraquara, 203 doutorandos são beneficiados com uma bolsa de R$ 2,2 mil. Enquanto 128 mestrandos recebem R$ 1,5 mil por pesquisas de mestrado. Na UFSCar, 397 mestrandos não receberam as bolsas e 552 doutorandos também não receberam o benefício. A Universidade de São Paulo (USP) não informou dados por campus, mas são mais de 6 mil bolsas no estado. Os alunos que recebem bolsa são impedidos, pelas próprias regras da Capes, de ter vínculo empregatício. Isto porque a pasta entende que é necessário dedicação integral à pesquisa. 'Moradia e comida não esperam', diz aluno da UFSCar que ficou sem auxílio estudantilApós novos bloqueios, Capes diz não ter como pagar mais de 200 mil bolsas de mestrado e doutoradoComunicado CapesSede da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) em BrasíliaMarcello Casal Jr./Agência BrasilNo comunicado dirigido à comunidade acadêmica, alunos e pesquisadores, a Capes informou que o decreto do governo Bolsonaro congelou recursos financeiros impedindo, além do pagamento das bolsas, a manutenção administrativa da entidade.A coordenação ressaltou ter cobrado a imediata liberação dos recursos "não apenas para assegurar a regularidade do funcionamento institucional da CAPES, mas, principalmente, para conferir tratamento digno à ciência e a seus pesquisadores". (Leia mais abaixo a íntegra da nota.)O que diz o decretoO decreto do governo federal "zerou" a verba do MEC disponível para gastos considerados "não obrigatórios", como:bolsas estudantis;salários de funcionários terceirizados (como os das equipes de limpeza e segurança);e pagamento de contas de luz e de água.Os institutos federais perderam R$ 208 milhões, e as universidades sofreram contingenciamento de R$ 244 milhões, afirmam, respectivamente, o Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Conif) e a Andifes.Leia a íntegra do comunicado da Capes:"À comunidade acadêmica, aos alunos e aos pesquisadores vinculados à CAPESA CAPES recentemente sofreu dois contingenciamentos impostos pelo Ministério da Economia, o que a obrigou a tomar imediatamente medidas internas de priorização, adotando como premissa a necessidade urgente de assegurar o pagamento integral de todas as bolsas e auxílios, de modo que nenhuma das consequências dessas restrições viesse a ser suportada pelos alunos e pesquisadores vinculados à Fundação.Não obstante, mesmo após solucionados os problemas acima, a CAPES foi surpreendida com a edição do Decreto n° 11.269, de 30 de novembro de 2022, que zerou por completo a autorização para desembolsos financeiros durante o mês de dezembro (Anexo II), impondo idêntica restrição a praticamente todos os Ministérios e entidades federais.Isso retirou da CAPES a capacidade de desembolso de todo e qualquer valor - ainda que previamente empenhado - o que a impedirá de honrar os compromissos por ela assumidos, desde a manutenção administrativa da entidade até o pagamento das mais de 200 mil bolsas, cujo depósito deveria ocorrer até amanhã, dia 7 de dezembro.Diante desse cenário, a CAPES cobrou das autoridades competentes a imediata desobstrução dos recursos financeiros essenciais para o desempenho regular de suas funções, sem o que a entidade e seus bolsistas já começam a sofrer severa asfixia.As providências solicitadas se impõem não apenas para assegurar a regularidade do funcionamento institucional da CAPES, mas, principalmente, para conferir tratamento digno à ciência e a seus pesquisadores.A CAPES seguirá seus esforços para restabelecer os pagamentos devidos a seus bolsistas tão logo obtenha a supressão dos obstáculos acima referidos.A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) é um órgão vinculado ao Ministério da Educação (MEC)."Veja mais notícias da região no g1 São Carlos e Araraquara.