Pesquisa divulgada nesta quinta-feira (08) pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras) apontou que o consumo dos lares brasileiros aumentou 3,02% em outubro, representando a maior subida no ano. O valor também se aproximou ao crescimento acumulado observado em 2021, quando a marca atingida foi de 3,04%.
Segundo a Abras, o pagamento antecipado de benefícios sociais em outubro contribuiu para o aumento do consumo nos lares. A antecipação beneficiou 21,13 milhões de famílias com o repasse de R$ 12,8 bilhões. Com a injeção dos recursos, a alta do consumo nos lares foi de 6,27% em outubro ante setembro, explica a associação.
Na comparação interanual, o crescimento foi de 8,10%. Todos os indicadores são deflacionados pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). “É notável o quanto o aumento no valor do Auxílio Brasil e a inclusão constante de beneficiários em condições de vulnerabilidade social expandiram o consumo de alimentos neste segundo semestre e, de forma mais expressiva, em outubro. Esses recursos elevaram o consumo próximo ao patamar acumulado ao longo de 2021 e, se mantidos, eles devem ajudar as famílias de menor poder aquisitivo a abastecer seus lares”, analisa o vice-presidente Institucional da ABRAS, Marcio Milan.
Outros fatores macroeconômicos como crescimento do emprego com carteira registrada, a desaceleração da inflação nos últimos meses e o pagamento de benefícios para outras categorias profissionais também contribuíram para o crescimento do consumo nos lares no período. O resultado registrado até outubro (3,02%) confirma as estimativas de crescimento do consumo nos lares - entre 3% e 3,30% - para este ano, segundo a Abras.
A projeção foi revista pela entidade em agosto após a aprovação da PEC Kamikaze, em julho, que liberou recursos na ordem de R$ 41,2 bilhões para programas sociais.
De acordo com a Abras, a variação de preços nos supermercados registrou em novembro recuo de 0,98% no preço da cesta composta exclusivamente por alimentos, dentre eles: leite longa vida (-6,28%), feijão (-3.39%), óleo de soja (-0,94%), café moído (-0,44%), carne bovina - traseiro (-0,41%), açúcar (-0.35%), queijo (-0,17%).
A queda ocorreu em todas as cinco regiões do país. Na média nacional, o preço da cesta passou R$ 319,57 em outubro para R$ 316,45 em novembro. Já a cesta composta por 35 produtos de largo consumo, dentre eles alimentos, bebidas, carnes, produtos de limpeza, itens de higiene e beleza apresentou alta de 0,42%, puxada por tomate (+17,79%), cebola (+13,79%), batata (+8,99%) e farinha de mandioca (+5,69%).
Na categoria de higiene e beleza, os produtos com maior variação nos preços foram: sabonete (+0,92%), xampu (+1,05%), creme dental (+0,56%) e papel higiênico (+0,68%).
Na cesta de limpeza as altas foram puxadas por sabão em pó (+2,32%), detergente líquido para louças (+0,42%) e desinfetante (+0,41%).
Com a variação registrada em novembro, o preço médio da cesta nacional passou de R$ 743,75 em outubro para R$ 746,85 em novembro. No acumulado em 12 meses, a alta é de 6,47%. Na análise regional, a menor variação foi registrada na região Sul (-0,46%), seguida por Centro-Oeste (0,08%), Nordeste (0,26%), Sudeste (0,61%) e Norte (0,76%).