Desde esta terça-feira (1º) a conta de luz passou a ficar mais cara, com uma cobrança extra autorizada pela Aneel. Medida é considerada uma forma de frear o consumo doméstico de energia. Ana Flor: 'Bandeira vermelha acendeu dentro do Governo'
A decisão do governo federal de realizar uma campanha contra o desperdício de energia foi tomada na segunda-feira (30), após conversa do ministro das Minas e Energia, Bento Albuquerque, com o presidente Jair Bolsonaro.
A discussão envolveu também o ministro das Comunicações, Fábio Faria, para que a campanha contra o desperdício seja coordenada pela Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência da República (Secom).
Na reunião, Bento informou o diagnóstico de que, além dos reservatórios já em níveis muito baixos, a previsão é de chuvas abaixo do esperado em dezembro, o que cria um risco de cortes seletivos de energia no país.
Baixo nível de reservatórios faz ONS prever 'dificuldade' no fornecimento de energia
Os cortes seletivos são interrupções do fornecimento de energia programadas pelas distribuidoras – a pedido dos órgãos que operam o sistema – em alguns horários e regiões do país, para garantir o abastecimento nos horários de pico.
O ministro comunicou ao presidente a decisão da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) de antecipar a volta do sistema de bandeiras, com a adoção imediata da vermelha. A medida estabeleceu uma cobrança extra nas contas de luz a partir desta terça-feira (1º) e tenta frear o consumo doméstico.
A preocupação do governo e das agências do setor é com o aumento do consumo neste ano e a redução do nível dos reservatórios, que estão em níveis preocupantes especialmente na região sudeste.
Além do consumo doméstico não ter diminuído, a recuperação econômica nos últimos meses acelerou a atividade da indústria e o consumo de energia.
No final da semana passada, o diretor da Aneel, André Pepitone, conversou com especialistas do setor sobre a possibilidade de retomar, ainda em dezembro, o sistema de bandeiras, com adoção da bandeira vermelha.
Nas conversas, Pepitone ouviu que o melhor seria não esperar janeiro, por conta de o sistema estar “no limite”, já com as usinas térmicas disponíveis ligadas.