O Ministério Público de São Paulo informou, nesta quinta-feira (12), que vai recorrer da decisão da 2ª Vara de Execuções Criminais de Taubaté, que autorizou o regime aberto para Suzane von Richthofen. Solta nesta quarta-feira (11), ela cumpriu 20 anos de pena pelo assassinato dos pais, Manfred e Marísia, na zona sul de São Paulo, em novembro de 2002. O alvará de soltura de Suzane foi cumprido às 17h35 no presídio feminino de Tremembé, no interior paulista. O processo de cumprimento de pena de Suzane von Richthofen está em segredo de Justiça.
Ré confessa, Suzane foi condenada em 2006 a quase 40 anos de prisão e estava desde 2015 no regime semiaberto, no qual a execução da pena é realizada em colônias agrícolas, industriais ou em estabelecimentos similares. Já no regime aberto, o condenado deverá, fora do estabelecimento e sem vigilância, trabalhar, frequentar curso ou exercer outra atividade autorizada, permanecendo recolhido durante o período noturno e nos dias de folga.
A reportagem tentou contato com a defesa de Suzane na manhã desta quinta, mas seus defensores não haviam sido localizados até a publicação desta reportagem.
Presos com bom comportamento, que já cumpriram parte da pena e estão em regime semiaberto têm direito ao benefício pelas regras do regime penitenciário. Por isso, Suzane tinha autorização para sair em algumas datas comemorativas.
Entre os motivos legais para as saídas temporárias estão a participação dessas pessoas em atividades que promovam o retorno ao convívio social, a frequência em ensino regular e a visita à família. As saídas ocorrem, tradicionalmente, em feriados e datas festivas.
Quais datas para o benefício?
Natal
Ano Novo
Páscoa
Dia das Mães
Dia dos Pais
Finados
Presos com bom comportamento também podem solicitar autorização para estudar, pedido que também será analisado conjuntamente entre o juiz e a diretoria do presídio, sendo que o condenado só poderá estudar na região onde cumpre a pena e só sairá da prisão no horário de aula.
O crime em 31 de outubro de 2002 chocou o país. Na época, ela tinha quase 19 anos e era estudante de direito da PUC-SP. Segundo depoimento dos acusados à polícia, antes do assassinato, o irmão de Suzane -então com 15 anos- foi levado por ela até um cybercafé. Em seguida, ela e o namorado, Daniel Cravinhos, à época com 21, encontraram o irmão dele Cristian, 26, e seguiram para a casa. Suzane entrou e foi ao quarto dos pais para constatar que eles dormiam. Depois, acendeu a luz do corredor, e os irmãos golpearam o casal.
Inicialmente, a polícia acreditava se tratar de um caso de latrocínio (roubo seguido de morte). Porém, a casa não tinha sinais de arrombamento, e tanto o alarme quanto o sistema interno de vigilância estavam desligados. Dias após o crime, a compra de uma moto com parte do valor paga em dólares levou a polícia a desconfiar dos irmãos. (Com informações do UOL e de ISABELLA MENON/Folhapress)