"Sextou", mas desta vez é diferente: é uma sexta-feira 13. Supersticiosos atribuem à data todo o azar do mundo. Mesmo os mais céticos costumam esperar outro dia para tomar decisões importantes. Os protetores de animais fazem uma força-tarefa para livrar os gatos pretos dos maus-tratos. Quebrar um espelho pode ser motivo de lamúria Mas, de onde surgiu essa crença?
Não há um consenso sobre a origem da Sexta-feira 13, mas sabe-se que essa crendice é invenção do mundo ocidental - uma reunião de mitos de diferentes culturas. Cristãos atribuem o azar à sexta porque foi nesse dia que Jesus Cristo foi crucificado. Além disso, muçulmanos escolheram a sexta como seu dia de oração. Logo, a cultura europeia instituiu como símbolo de azar uma tradição religiosa dos seus “inimigos”.
A má fama da sexta ainda teria ganhado força nos séculos 14 e 15 após escritores como o inglês George Chaucer reforçar a crença. Em “The Canterbury Tales” ele chama a sexta de um “dia de desgraça”
O 13 viria se juntar à sexta porque Jesus, antes de morrer, fez uma ceia com 13 participantes, sendo um deles o traidor Judas. Em outra história, o rei francês Filipe IV teria perseguido a ordem dos Cavaleiros Templários após ser rejeitado como membro. A ordem teria sido dada numa sexta, 13, em outubro de 1307.
Outra versão, de uma lenda nórdica, diz que a deusa Frigga, cujo nome levou à friday (sexta-feira, em inglês), teria se transformado em uma bruxa quando os povos bárbaros se converteram ao cristianismo ao invadirem a Europa. Após ser aprisionada, ela reunia-se às sextas com outras 11 feiticeiras e com Satanás para lançar maldições contra a humanidade.
Loki, o deus da trapaça e filho de Frigga, também teria ficado furioso por não ter sido convidado para um banquete com Odin e outras doze divindades. Ele então teria feito uma armadilha que resultou na morte de Balder. Assim, reuniões com 13 pessoas acabariam mal.
13 na numerologia ainda seria um número irregular: 12 apóstolos, 12 meses do ano, 12 constelações do Zodíaco
O sucesso da franquia “Sexta-feira 13”, na década de 1980, foi a cereja do bolo para a cultura pop adotar de vez o mito sobre o azar da data. Nele, um serial killer aterrorizava um acampamento.