O preço do aluguel residencial em Belo Horizonte registrou, em 2022, o maior valor desde 2016, após acumular uma alta de 20,01%. Gutierrez, Savassi e Lourdes estão entre os bairros com percentuais de maior representatividade em torno da inflação sobre a locação de moradias na capital. Mas porque as cifras encareceram tanto no ano passado, inclusive ficando acima da inflação oficial do país, de 5,79%, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA)?
De acordo com a vice-presidente de Administradoras de Imóveis da Câmara do Mercado Imobiliário e o Sindicato de Habitação (CMI/Secovi-MG), Flávia Vieira, o encarecimento reflete a total liberação das atividades que tiveram funcionamento alterado em função da pandemia. “O maior responsável pelo aquecimento da demanda por imóveis de aluguel é o retorno ao trabalho presencial. Isso realmente aqueceu muito o mercado, assim como os estudantes que estão voltando às aulas presenciais, gerando uma demanda forte no mercado”, explicou.
Vieira explica que os imóveis localizados em bairros próximos à região do Centro de BH registraram os maiores encarecimentos. A inflação também foi mais observada em construções situadas nas imediações de universidades e centros universitários. “Houve um aumento generalizado de preços, mas em torno das universidades foi percebido com muita força”, citou ela ao lembrar que a locação também subiu consideravelmente no Coração Eucarístico, perto da PUC Minas, e próximo ao campus Pampulha da UFMG.
Na mesma linha do que apontou a pesquisa do FipeZap+, Flávia Vieira reforçou que o preço do metro quadrado é mais caro em bairros da região Centro-Sul, como Savassi, Belvedere e Lourdes. “Isso devido à infraestrutura que esses imóveis dispõem”, ressaltou. Sobre os menores valores na cidade, a representante do mercado imobiliário afirmou que há critérios bem definidos para que o cidadão encontre preços mais baixos.
“Tem a ver com distância do Centro e falta de facilidades no bairro. Quanto menos infraestrutura o bairro dispõe, menor será o preço de locação. Quanto mais longe do Centro, no caso dos bairros mais populares, os preços também costumam cair em função da oferta”, complementou a vice-presidente da CMI-Secovi, Flávia Vieira.
O TEMPO