"Somos o primeiro grupo empreendedor de Barão de Cocais a atuar na área de mineração. Então, se somos filhos da terra, não queremos nada de agressivo ao município onde moramos, especialmente ao meio ambiente", diz o sócio e gestor administrativo e financeiro da Bassari Mineração, Luís Felipe Eboli Iabrudi, que se orgulha de viver e criar a família em Barão de Cocais, cidade com 35 mil habitantes. E, de olho no futuro, ele adianta que, após os oito anos de exploração, o terreno poderá ser aproveitado, entre outras finalidades, para se tornar um polo industrial.
Segundo Luís Felipe, o empreendimento Mina da Conquista, que fica distante de moradias, vai se dedicar à extração de minério de ferro a seco. A mina não terá barragem de rejeitos, tampouco fará uso de água na sua operação de lavra e beneficiamento do minério. O volume de extração proposto é de 300 mil toneladas por ano, considerado o mínimo para a concessão do licenciamento de operação. "Não haverá escavação, pois o projeto contempla o minério aflorado. Portanto, será feita uma raspagem do solo, mais exatamente uma terraplenagem".
Devido ao baixo volume de extração proposto pela Bassari, as operações na área de 172 hectares (68 ha abaixo da linha férrea e 104 ha acima da linha férrea) ocorrerão de segunda a sexta-feira, sem necessidade de movimentação nos finais de semana. Também para se evitarem impactos, será usado maquinário tradicional, incluindo escavadeiras. "Todos os compromissos foram registrados em cartório e firmados com a comunidade mais próxima, que é o Bairro Garcia", explica Luís Felipe. Na lista de benefício, há construção de creche para até 100 crianças e de um posto policial junto a ações educativas e de capacitação profissional.
Luís Felipe destaca que, além da mineração, o grupo familiar tem outros empreendimentos em Barão de Cocais, com mais de 160 funcionários. "Com o pleno funcionamento da Mina da Conquista, estaremos empregando mais de 300 pessoas, com a meta de superar esse número."
RETORNO
Moradora há 14 anos do Bairro Garcia e dona de um bar, Cristina Auxiliadora Messias conta que o projeto foi discutido com a comunidade, em audiência pública, e vê benefícios na chegada do empreendimento. "A gente sempre espera o melhor, né? No início, fiquei preocupada com barulho, poeira, mas já conversei com os sócios e eles me tranquilizaram que não haverá esse tipo de problema", disse a microempreendedora, que tem quatro filhos e dois netos.
O diálogo permanente é fundamental para as boas relações entre os moradores do Bairro Garcia e os donos da mineradora, avalia Eridan Soares Silva, vice-presidente da Associação Estrela Guia e conselheiro da Associação de Moradores do Bairro Garcia. "As conversas são sempre diretas com os sócios, sem intermediários. Haverá contrapartida para a comunidade, e esperamos os benefícios", diz Eridan. Para ele, se houve algum tipo de impacto negativo para a população, ficará mais fácil discutir, "pois estamos acompanhando o processo desde o início".
PROTAGONISMO
Os benefícios com o empreendimento entusiasmam o prefeito de Barão de Cocais, Décio Geraldo dos Santos: "Estamos muito felizes com o protagonismo regional do nosso município em relação à geração de emprego e renda para a população. Temos buscado de forma incansável o desenvolvimento sustentável, procurando trazer para cá empresas com o compromisso ambiental e social".
O prefeito revela ter recebido muitas manifestações positivas da população sobre o novo empreendimento minerário. "A geração de emprego e os compromissos sociais assumidos pela Bassari Mineração serão de extrema importância para o desenvolvimento da região onde está localizada. A Fazenda Bela Vista era, antes do empreendimento, dedicada à pecuária em pequena escala. Não gerava emprego, renda e dividendos relevantes à população e à prefeitura", destaca o chefe do Executivo de Barão de Cocais.
OPERAÇÃO
De acordo com a empresa, o projeto será realizado superficialmente, evitando a implantação de uma cava, com profundidades máximas de 5 a 6 metros, visando à preparação futuros empreendimentos após o seu plano de fechamento de mina.
A empresa sustenta que seu foco é conciliar a mineração bem planejada com a intenção de fazer diferença para a população local, apresentando projetos sociais.
A Mina da Conquista, faz questão de enfatizar o empreendedor, não terá barragem de rejeitos nem fará uso de água na operação de lavra. Além disso, não serão usados explosivos, uma vez que não haverá detonações. O projeto terá um decapeamento, quase uma terraplanagem, visto que o minério vai ser retirado superficialmente, em torno de 5 metros de profundidade apenas, evitando assim, a implantação de uma cava.