Após as eleições na Câmara e no Senado, o governo do presidente Jair Bolsonaro planeja lançar medidas para manter a recuperação da economia e dar proteção social a grupos mais vulneráveis ao coronavírus, como aposentados. Segundo assessores presidenciais, essas medidas antecederiam uma eventual prorrogação do auxílio emergencial.
Além das medidas, o Palácio do Planalto espera uma vitória de seus candidatos preferidos para comandar a Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e o Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG). A ideia é votar projetos como a Proposta de Emenda Constitucional da Emergência Fiscal, que permitiria cortar despesas exatamente para uma eventual manutenção do auxílio emergencial.
Entre as medidas de proteção social e injeção de recursos na economia está a antecipação do pagamento do 13º salário de aposentados e pensionistas e do abono salarial, como foi feito no ano passado, no início do combate ao coronavírus. A ideia é antecipar os pagamentos, que sempre ocorrem no final do ano, para os meses de fevereiro e março.
Estão sendo estudadas também novas liberações de recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para trabalhadores, como complemento de renda ou para os que estão desempregados. A verba ajudaria no pagamento de dívidas e de despesas neste início de ano.
A equipe econômica está preocupada com o avanço de casos do coronavírus neste início de 2021, que, associado ao fim do auxílio emergencial, pode acabar não só interrompendo a recuperação da economia como causar uma retração no primeiro trimestre do ano.
Pesou neste clima de incerteza na área econômica a decisão do governo, com sua base aliada no Congresso, de não votar medidas polêmicas no final do ano passado. Com isso, o país entrou 2021 sem Orçamento da União aprovado e com medidas para cumprir o teto dos gastos públicos, por exemplo, engavetadas.
Agora, o governo espera, caso seus candidatos preferidos ganhem as eleições no Congresso, destravar as votações que foram postergadas no ano passado. Assessores presidenciais admitem que o governo errou ao segurar as votações no final de 2020, mas avaliam que, no atual momento, o Palácio do Planalto pode ter mais força para aprovar suas medidas na área econômica.
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