O dirigente acredita que a presença de ídolos ou grandes jogadores influencia diretamente no crescimento da torcida. Além disso, outro fator importante é o desempenho esportivo.
"No caso de um time de futebol, todos os 'cases' que eu vi, o crescimento de torcida, não só o crescimento, mas o surgimento de novos torcedores, ou a participação mais efetiva nos estádios, passa necessariamente pelo resultado de campo", opinou.
Marcone utilizou dois exemplos para explicar: Neymar e Atlético. O primeiro foi citado como a eventual chegada de um grande jogador influenciaria no comportamento do público.
"Eu costumo usar um exemplo, nessas discussões que temos feito, 'como vamos trazer mais torcedores, aumentar nossa torcida?' Dou um exemplo bem extremo: vamos supor que conseguimos, hoje, que contratamos o Neymar, e ele que vai estrear no domingo, temos dúvida que lá vai estar cheio?", projetou o dirigente.
Já o Atlético é visto por Marcone como uma referência dentro de campo. O diretor acredita o clube alvinegro teve uma participação maior da torcida a partir da conquista da Copa Libertadores, há 10 anos atrás.
"O Atlético também, até 2013, óbvio, clube grande, com muitos torcedores, mas não via uma torcida tão quente e presente quanto ficou a partir de 2013. É uma torcida grande, a gente conhece, sabe que é grande, que tem muitos torcedores, mas com o título da Libertadores, olha o fenômeno que ficou", exemplificou,
Outros exemplos para o América?
O América ainda pode analisar outros dois casos de sucesso, segundo Marcone. Na mesma linha, o dirigente falou sobre o impacto da
chegada de Luis Suárez ao Grêmio e como o Fluminense conseguiu mais torcedores ao vencer o Campeonato Brasileiro em 2010 e 2012.
"Um exemplo 'de baixo do nosso nariz'. O Grêmio terminou a temporada e contratou o Súarez. Como foi o primeiro jogo? Ídolos atraem torcedores, novos torcedores, e conquistas fidelizam e atraem ainda mais torcedores", disse.
"Outro exemplo é o Fluminense. Até 2010, estava em uma fila longa para conquistar títulos, não tinha um de expressão, jogou até Série C. Quando ganhou em 2010, em 2011 ficou próximo, em 2012 campeão novamente, a quantidade de torcedores que apareceu", analisou Marcone.
Ao falar sobre o América, Marcone disse que esse bom desempenho esportivo pode ser atingido. Ainda assim, ele valorizou os feitos recentes do clube, que está na Série A pelo terceiro ano seguido e se classificou para a Libertadores e Sul-Americana em 2022 e 2023, respectivamente.
"Acho que essa experiência também vamos ter. O América precisa se consolidar onde está hoje, disputando grandes competições, o que não é tarefa fácil, precisa ser valorizado. Pelo tempo que brigamos para estarmos onde estamos, já merecíamos um abraço mais forte do nosso torcedor. Mas se conseguir dar um passo a mais, naturalmente vai atrair esse torcedor", disse.
A partir disso, o diretor de marketing do América pretende promover ações para atrair esses novos interessados. Ele citou o sócio-torcedor e benefícios extras como exemplos.
"O que o marketing precisa fazer com isso? Esse resultado aparecendo, a gente ter ações em paralelo para apresentarmos. Se conseguirmos construir um sócio-torcedor mais atrativo, que faça diferença para aqueles que estão em casa", iniciou.
"'Poxa, o América vai disputar a final da Copa do Brasil, o programa de sócio é barato, e além disso me dá uma cerveja'. Ele tem a performance esportiva, o trabalho que fizemos aqui, de um benefício extra, de uma situação nova, um produto que ele queira comprar", completou.