O Atlético tem em mãos uma proposta pelos 24,95% restantes do shopping Diamond Mall. É o que garante Bruno Muzzi, CEO do clube mineiro. Em entrevista a jornalistas na Arena MRV, o executivo também comentou críticas de torcedores ao processo de transformação em Sociedade Anônima do Futebol (SAF).
A Multiplan adquiriu, por R$ 170 milhões, 24,95% das ações do shopping. Muzzi revelou que ainda há detalhes burocráticos para que o Atlético receba os R$ 68 milhões que serão pagos à vista pela empresa. O restante (R$ 102 milhões) virá de forma parcelada.
"Quando eu fiz o orçamento, a gente premissou que ia receber o recurso em janeiro e já ia abater essas dívidas todas. Isso não se concretizou, e a operação do shopping não fechou até hoje. A gente assinou. Aí, você tem um período de 15 dias do CADE de 'transitado em julgado', que é um processo interno. Isso deve acontecer no mês de fevereiro. Aí, tem algumas condições ainda que precisam ser adequadas, mas já estão mais controladas. Aí, a gente faz o fechamento da operação para poder receber os primeiros R$ 170 milhões", explicou.
"A segunda metade, a gente está trabalhando para conseguir investidores. Já recebemos uma proposta e estamos avaliando, mas ainda não é aquilo que a gente imagina. A gente vai avaliar e estamos trabalhando com outras alternativas também. Tão logo a gente tenha isso definido, a gente comunica também", acrescentou Bruno Muzzi.
Críticas à SAF
Na última quinta-feira (26/1), a sede do Atlético, no bairro de Lourdes, em Belo Horizonte, amanheceu com uma faixa de protesto nos arredores. Torcedores fizeram crítica a Peter Grieve, empresário norte-americano tido como o mais provável investidor da SAF alvinegra.
"As críticas vão sempre existir, né? Para quem quer que seja. Se fosse um investidor super bacana, Manchester City, por exemplo, que fez o Bahia. Mas será que era o perfil que a gente queria para a gente? Talvez, de não ter um protagonismo do time... Será que outros investidores maiores também eram o perfil que a gente queria? Será que um investidor menor tem capacidade de investimento? Então, tem muitas variáveis. Muitas especulações. E a gente tem que ter muita tranquilidade para avaliar todas as pessoas, todos os fundos, para a gente poder fazer um trabalho com calma", enfatizou Muzzi.
Diante das declarações do CEO, é possível afirmar que o Atlético entrou em acordo com um grupo parceiro que priorizará a competitividade da equipe em alto nível. De toda forma, o dirigente voltou a pontuar a necessidade de aprovação por parte do Conselho Deliberativo para que a SAF avance.
"O CT entra? Isso é uma coisa que ainda não foi definida. Muitos investidores gostam da ideia, outros não. Na hora que a gente tiver uma proposta completamente formatada, tanto do ponto de vista financeiro quanto do ponto de vista de gestão e governança, aí nós vamos levar para o Conselho. Não vamos levar nada sem que a gente esteja com todas as informações. O nosso papel é levar aquilo que a gente, como executivo, tem na mão. Quem decide vai ser o Conselho, se aprova ou não", reforçou.
Por fim, Bruno Muzzi voltou a se posicionar favoravelmente à transformação em Sociedade Anônima do Futebol. Com dívida onerosa na casa dos R$ 600 milhões, o Atlético arca com mais de R$ 10 milhões mensais em juros. Hoje, a diretoria vê a mudança para clube-empresa como única alternativa para resolver a delicada situação financeira da instituição - ainda que este não tenha sido o discurso adotado desde o início.
"É um processo de extrema importância para o clube. A gente precisa fazer, a gente precisa seguir em frente. A gente tem conversas avançadas com um investidor. Obviamente, também estamos avaliando possíveis outros candidatos, porque a gente nunca sabe como vai ser o decorrer das negociações. Essas especulações, quem são [os investidores], faixa contra, a gente é muito tranquilo, porque está muito bem assessorado. A gente vai fazer o movimento que a gente achar adequado", encerrou.
Super Esporte