Documento é assinado pelos presidentes nacionais dos partidos e lideranças no Congresso. Outros 63 pedidos de impeachment já foram apresentados. Os seis partidos de oposição — PT, PSB, PDT, PCdoB, PSOL e Rede — protocolaram nesta quarta-feira (27) na Câmara dos Deputados um novo pedido de impeachment do presidente da República, Jair Bolsonaro.
O pedido é motivado pela atuação do governo no enfrentamento à pandemia do novo coronavírus.
Nesta terça-feira, outro pedido, de autoria de lideranças religiosas, foi protocolado, com base nos mesmos argumentos.
Outros 63 pedidos de impeachment já foram apresentados, dos quais 56 estão em análise, segundo dados da Secretaria Geral da Câmara. Os demais cinco foram arquivados ou não aceitos por questões formais, sem que o mérito fosse analisado.
Cabe ao presidente da Câmara decidir se aceita ou não um pedido de impeachment. O atual presidente, Rodrigo Maia (DEM-RJ), deixará o posto na próxima semana, quando será eleito o deputado que vai sucedê-lo no comando da Câmara.
O protocolo do pedido foi anunciado em um ato no Salão Negro do Congresso com a presença de parlamentares e presidentes nacionais das legendas.
O pedido é assinado pelos presidentes dos seis partidos de oposição:
Gleisi Hoffmann, do PT;
Carlos Luppi, do PDT;
Carlos Siqueira, do PSB;
Juliano Medeiros, do PSOL;
Luciano Santos, do PCdoB; e
Pedro Ivo e Laís Alvez Garcia, porta-vozes da Rede
Além deles, as lideranças dessas legendas no Congresso também são signatárias do documento.
Segundo o líder da Minoria na Câmara, deputado Zé Guimarães (PT-CE), o pedido identifica o que os signatários consideram 15 crimes de responsabilidade de Bolsonaro relacionados principalmente à pandemia da Covid-19.
"Ele [o pedido de impeachment] está embasado no direito supremo à vida", afirmou.
A deputada Fernanda Melchionna (PSOL-RS) destacou que as ações do presidente durante a pandemia "custam vidas".
"Não é que ele [Bolsonaro] não ajudou a ciência, ele combateu a ciência. Não é que ele negligenciou a vacina, ele boicotou a vacina", disse.