O carnaval está na rua e a hora é de curtir com vontade, mas com atenção aos itens pessoais, como carteiras e celulares, para evitar que furtos azedem a tão esperada folia, que chega ao auge entre o sábado e a quarta-feira. Levar um celular reserva, só com o básico para a comunicação, é uma das orientações de quem entende do assunto e sabe que a aglomeração aumenta o risco de furtos. Que o digam os dados. Em 2020, último ano em que as festas de rua foram celebradas antes da pandemia da COVID-19, foram registradas 14.253 ocorrências de furto de celular em Belo Horizonte ao longo do ano. Conforme dados do Observatório de Segurança Pública, da Secretaria de Justiça e Segurança Pública de Minas Gerais (Sejusp-MG), em 2021, ano em que não houve festas de carnaval de rua na capital mineira, mas que também a população ainda estava isolada devido ao avanço do coronavírus, a quantidade de ocorrências de furto de aparelhos celular caiu 10%. Ou seja, foram 12.811. Já em 2022, quando blocos saíram de forma independente durante os dias de carnaval, os registros cresceram 33%, com 17.106. A professora Tainá Aguiar Junquilho, que é pesquisadora do Instituto de Tecnologia e Sociedade do Rio de Janeiro (ITS-Rio), explica que durante a folia os casos de furtos e roubos são mais frequentes devido ao descuido das pessoas durante essa época. Para evitar que os episódios aconteçam, a especialista recomenda a prevenção. “Sabemos que no carnaval os roubos e furtos acontecem muito porque ficamos mais descuidados e mais livres. A primeira coisa para prevenir que isso aconteça é ter o ‘celular do ladrão’, ou seja, um aparelho que não tenha muita informação e aplicativos como de banco. Só com o essencial mesmo”, recomenda. Além disso, a professora lembra que, não só para o carnaval, é importante que as pessoas sempre mantenham a tela de bloqueio ativada, assim como outros recursos de privacidade e segurança, como a autenticação de dois fatores em todos os aplicativos. Tainá explica que atualmente os aparelhos contam com rastreio, e, mesmo em celulares antigos, é possível baixar apps com a mesma função. Já para quem não tem um celular paralelo ou precisa levar seu aparelho para locais com aglomeração, a recomendação é desativar todos os aplicativos importantes, colocar fotos e documentos em arquivos protegidos e bloquear o acesso livre aos programas do celular, colocando senhas, biometrias ou reconhecimento facial. “É importante também que as pessoas já estejam preparadas para levar dinheiro em espécie. Recomendo que a gente volte um pouquinho no tempo, vá até uma agência bancária e saque dinheiro. Primeiro por uma questão de privacidade, porque ao tirar o celular da bolsa em um lugar cheio, você acaba se expondo. Além disso, muitas vezes, a internet nesses lugares acaba ficando instável e a pessoa fica na mão”, diz.
REGISTRO O chefe da Divisão Especializada em Investigação de Crimes Cibernéticos da Polícia Civil de Minas Gerais, delegado Renato Nunes Guimarães, explica que em caso de roubo ou furto de aparelho celular, em qualquer ocasião, a primeira medida a ser tomada, além do registro da ocorrência policial, é contatar a operadora telefônica pedindo o bloqueio da linha. Além disso, é necessário alterar senhas de redes sociais, e-mails e de contas bancárias. Guimarães explica que, de imediato, a pessoa que se apropria do aparelho pode não ter acesso aos aplicativos de banco, por exemplo, mas outros como e-mail e mensagens diretas acabam ficando desprotegidos. “A gente sempre pede para as pessoas tomarem cuidado com o celular como se fosse sua carteira. Hoje em dia, ninguém fica sem telefone. Se um folião levou seu aparelho, tem que mantê-lo seguro (…). Se por exemplo a pessoa usa o celular como forma de pagamento, por meio de cartões virtuais, tem que redobrar a atenção, não só no carnaval, mas em qualquer evento em que haja aglomeração”, ressalta. Com o objetivo de desburocratizar o processo de bloqueio de aparelhos de celular, a Sejusp criou a Central Bloqueio de Celulares do Estado de Minas Gerais (Cbloc). O processo deve ser feito após o registro do boletim de ocorrência, de forma gratuita, pela internet – por meio do site: www.cbloc.seguranca.mg.gov.br/. Para bloquear o aparelho e proteger dados pessoais como fotos ou caminhos de GPS salvos, a pessoa só precisa do número da linha, e não mais do Imei. O bloqueio impede que quem cometeu o crime possa ativar o aparelho para uso na rede de telefonia móvel. Para acessar o seu Imei, procure na etiqueta da caixa do celular, no adesivo que fica atrás da bateria, ou digite *#06# no celular e aperte a tecla “ligar” Além disso, em caso de recuperação por autoridades policiais dos aparelhos roubados ou furtados, será realizado contato com o proprietário. Ele, então, deverá dirigir-se à unidade policial informada a fim de retirar o aparelho celular, mediante preenchimento do Termo de Restituição. A autoridade será a responsável, por meio de sistema próprio, pela realização do pedido de desbloqueio do aparelho via Anatel.
Comunicação com a PBH
A prefeitura de Belo Horizonte (PBH) está disponibilizando mais um canal de comunicação para o folião que quiser elogiar, criticar ou reclamar neste carnaval. Uma equipe da Ouvidoria Municipal vai passar a atender demandas enviadas por whatsApp a partir de sexta-feira, das 17h às 21h. No período mais intenso da folia, de sábado (18/2) até quarta-feira (22/2), o plantão começa às 7h e se estende até as 21h. As demandas podem ser enviadas no número (31) 98661-2416 e serão encaminhadas para as áreas competentes. “A Ouvidoria do Município deve trabalhar para uma BH mais participativa, disponibilizando meios de acesso para o cidadão apresentar suas queixas, reclamações, sugestões e elogios relativos aos serviços prestados”, disse o ouvidor do município, Gustavo Nassif. Já as respostas ou orientações serão enviadas também pelo aplicativo de mensagens. A equipe vai atuar diretamente no Centro Integrado de Operações de Belo Horizonte (COP-BH) para dar urgência às questões. A intenção da PBH é que as respostas, orientações e encaminhamentos sejam enviados no mesmo dia, sempre que possível. O cidadão ainda terá outros canais de comunicação como o Portal de Serviços da PBH, app PBH e 156.Estado de Minas