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Metrô de BH: sindicato planeja paralisação total nesta quarta-feira

Por Redação

15/02/2023 às 00:50:15 - Atualizado há
 Vele lembrar que o movimento grevista estava marcado para começar nesta terça-feira, mas foi adiado diante de uma possibilidade de diálogo. Nesse sentido, representantes do sindicato e da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) se reuniram nesta tarde em encontro mediado pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT-MG). Porém, não houve conciliação entre as partes, e um novo encontro foi marcado para as 14h30 desta quarta-feira.  Durante assembleia promovida pelo Sindimetro das 18h às 20h, os metroviários concordaram em deflagrar o movimento grevista nesta quarta, independentemente da nova rodada de negociações que foi agendada.  
“Nós realizamos uma assembleia com uma grande participação dos trabalhadores, que estão muito indignados com a posição da empresa de tentar fazer com que eles assumam seus postos de trabalho (...). A greve continuará com paralisação total”, disse o Sindimetro por meio de sua assessoria.  Leia: CBTU vai à Justiça para impedir greve no metrô de BH a partir desta terça  Por outro lado, em nota, a CBTU informou que foram contratados 80 funcionários terceirizados para atender os usuários do transporte durante o período de carnaval, que vai até 26 de fevereiro. Ainda conforme a companhia, as contratações foram acordadas com o sindicato da categoria em reunião na última sexta-feira (10/2). Na mesma ocasião foi definida a compensação de dias de greve de dezembro para os empregados que trabalharem durante o carnaval.

Categoria questiona concessão do metrô à iniciativa privada 


De acordo com o diretor da Federação Nacional dos Metroviários, Pablo Henrique, a greve é uma forma de pressionar pela revogação do leilão do metrô da capital e contra, consequentemente, a concessão do transporte. Leia: Deputados de Minas pedem a Lula que revogue privatização do metrô de BH
Mesmo com as constantes reivindicações da categoria, o leilão aconteceu em 22 de dezembro, quando o metrô de BH foi arrematado por R$ 25.755.111 pela empresa paulista Comporte Participações S/A. O edital prevê a modernização da linha 1 e a criação de uma nova linha.
Antes do leilão, os metroviários de BH questionaram, especialmente, o preço fixado em R$ 19,3 milhões pelo governo no lance inicial. "Além das 35 composições, nós temos 19 estações, quatro subestações de energia, 29 quilômetros de leito ferroviário e as edificações ao longo do trecho. A CBTU está sendo oferecida a preço de banana", avaliou o Sindimetro na ocasião.
O investimento projetado, ao logo de 30 anos de concessão, é de R$ 3,7 bilhões. Deste montante, R$ 3,2 bilhões vêm dos cofres públicos, sendo R$ 2,8 bilhões de aporte da União e R$ 440 milhões do estado. O restante fica a cargo da empresa vencedora da licitação. Leia: Metrô de BH: Alckmin recebe reivindicações contra assinatura da concessão
As tentativas para frear a concessão do metrô da capital não partiram somente dos funcionários da CBTU, mas de outras instituições. No início de dezembro, membros do PT acionaram a Justiça Federal para pedir a suspensão do processo.
De acordo com o documento, a verba de R$ 2,8 bilhões dos cofres federais criaria uma despesa futura, tendo que ser assumida pelo novo governo. O pedido aponta que a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) impediria medidas desta natureza nos últimos dois quadrimestres da gestão de Jair Bolsonaro (PL).  Porém, o pedido foi negado já que, na avaliação do juiz Eduardo Rocha Penteado, da 14ª Vara Federal do Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região (TRF 1), não existe o "alegado desvio de finalidade em relação ao crédito especial", uma vez que o montante está contemplado no orçamento para o próximo governo.
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