Cidades do litoral de São Paulo são atingidas por chuvas extremamente fortes desde sábado (18). As precipitações foram ocasionadas pela passagem de uma frente fria que gerou um sistema de baixa pressão, trazendo umidade do oceano para o continente na região do litoral norte e Baixada Santista.
Segundo a Defesa Civil do estado de São Paulo, a tendência é que essa massa de ar se desloque para o litoral sul, em direção ao Paraná, com acumulados podendo chegar a mais de 100 milímetros em Itanhaém e Peruíbe.
A meteorologista Ana Ávila, do Centro de Pesquisas Meteorológicas da Unicamp, esclarece que choques de diferentes sistemas climáticos foram responsáveis pelo temporal que atingiu as cidades do estado de São Paulo. O transporte de umidade e calor da região amazônica encontrou, sobre a serra do Mar, uma frente fria que avançava a partir do sul do continente. "Isso estava previsto, mas ocorreu de forma mais intensa e concentrada", diz Ana.
Ela explica que estas são condições incomuns, mas que eventualmente ocorrem no país, embora não seja possível "isolar a questão das mudanças climáticas dos eventos extremos que estão acontecendo com mais frequência".
O índice de chuva de 534,4mm em 24h é o maior da história de Petrópolis, na Região Serrana do Rio. Até março de 2022, foram contabilizados ao menos 238 mortos em 2022. Além das fatalidades, ruas da cidade foram interditadas e perderam o asfalto, além de outras que foram completamente destruídas. Além de inúmeras casas que foram atingidas deixando dezenas de pessoas desabrigadas.
O volume de chuvas na tragédia que aconteceu em Recife, em maio de 2022, chegou a 236,01 milímetros em alguns locais da cidade e alcançou 70% do volume previsto para todo o mês de maio. Além de mais de 6.198 pessoas que ficaram desabrigadas, o desastre causou a morte de 128 pessoas. Ao todo, 24 municípios pernambucanos decretaram situação de emergência.
O mês de janeiro de 2020 foi de intensa chuva em Belo Horizonte. Foi o início de ano mais chuvoso da história da capital desde o início das medições, há 110 anos. Durante o período, foram registradas mais de 55 mortes, além de estragos pela cidade nas ruas e casas, deslizamentos e pessoas desabrigadas.
De acordo com o governo do estado, em menos de 24 horas o acumulado de chuva ultrapassou os 600 mm em alguns pontos do litoral. As áreas mais atingidas estão entre Bertioga (683 mm) e São Sebastião (627 mm). Tais índices pluviométricos são dos maiores já registrados no país em curto período e em situação não decorrente de ciclone tropical. Até o momento, a tragédia já causou a morte de 24 pessoas.
(Com informações FolhaPress, Agência Brasil e Poder 360)