No domingo (19/2), dois jovens morreram após brigas em festa de Carnaval em
Juiz de Fora e
Senador Firmino, ambas na Zona da Mata mineira. Em Barroso, na região de Campo das Vertentes, a folia foi cancelada
após um tiroteio.
Mesmo com casos extremos, a PM avalia positivamente o trabalho feito até aqui. O balanço estatístico do carnaval será produzido ao fim da folia, mas o chefe do Centro de Jornalismo da Polícia Militar de Minas Gerais, tenente-coronel Flávio Santiago, aponta que o planejamento realizado para o evento tem coibido crimes e confusões, especialmente em locais com grandes aglomerações, como em BH.
“O recorte mais próximo que temos mostra uma situação melhor que em 2020 e 2019. Nós temos cerca de 50 mil postos ativados de policiamento no estado, em uma estratégia de ocupação de espaço, de estar presente. Temos que pensar que são mais de 500 desfiles só em Belo Horizonte e, em todos eles, temos policiamento”, afirma.
Presente no
bloco Havaianas Usadas neste domingo (20/2), a estudante Lara Magalhães, de 18 anos, corrobora a visão do tenente-coronel. Ela diz estar se sentindo mais segura na festa deste ano.
“Um elogio para esse carnaval é que, além dos blocos estarem melhores e mais equipados, a polícia está sempre presente. A gente está sentindo mais segurança. Pela primeira vez eu não tive medo de ser roubada em momento algum desse carnaval. Tá de parabéns”, disse a foliã no bloco que desfila pela Avenida dos Andradas, em BH.
A mesma sensação foi descrita pela arquiteta Renata Lara, que destacou a presença do efetivo policial nos blocos. “Acho que melhorou muito o policiamento. Os blocos estão muito seguros, a gente não tem visto nada de problemas de segurança, brigas, assaltos. A gente sempre vê a polícia rondando os blocos”.
De acordo com o tenente-coronel Santiago, o treinamento da PM para a segurança no Carnaval de Belo Horizonte envolveu trabalhar a compreensão de que a festa já faz parte da cultura da cidade e que é importante viabilizar a folia sem confusões, crimes e assédio.
O chefe do Centro de Jornalismo da PM destaca que as ações da corporação usam tecnologias como drones para monitorar os blocos e tornar o trabalho mais localizado. “Com ações cirúrgicas a gente inibe o furto de celular, um assediador que pensa estar no anonimato”, exemplifica o militar.
Outro ponto destacado pelo tenente-coronel foi a utilização da
Praça da Liberdade como um espaço para relaxamento e pausa na folia. Com o passar dos dias, os foliões podem ficar mais cansados e aumentam as chances de atitudes violentas, então locais de descompressão da aglomeração ajudam no trabalho das forças de segurança.
“Foi importante a parceria da PM com a Secretaria de Estado de Cultura e Turismo (Secult) e com órgãos do município. A integração tem surtido muito efeito. O espaço na Praça da Liberdade pras pessoas descansarem, por exemplo, ajuda a evitar entroncamentos, separa as aglomerações e diminui a chance de incidentes. Nossa ação pode ser mais pontual e cirúrgica”, conclui.