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Campanha da Fraternidade aborda a fome

Por Redação

23/02/2023 às 04:37:16 - Atualizado há
Mãos unidas contra a fome, braços abertos à solidariedade, corações iluminados pela fé. Conclamando a população brasileira a derrotar o flagelo social, na forma de insegurança e indigência alimentar, que atinge milhões de pessoas no país, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) lançou, ontem, a Campanha da Fraternidade 2023. O tema da CF-2023 é “Fraternidade e Fome” e o lema, “Dai-lhes vós mesmos de comer” (Mt 14,16).
Ao celebrar a missa das 19h30 na Catedral Cristo Rei, em construção no Bairro Juliana, na Região Norte de Belo Horizonte, o arcebispo metropolitano de BH e presidente da CNBB, dom Walmor Oliveira de Azevedo, disse ser inadmissível que um país como o Brasil, com tantos recursos, celeiro do mundo e grande exportador de alimentos, tenha cerca de 30 milhões de pessoas vivendo em insegurança alimentar. “Ninguém pode ficar indiferente a essa realidade”, afirmou o arcebispo.
Dom Walmor explicou que a missa da quarta-feira de cinzas abre caminho ára p te,´p qiares,aç. “Somos chamados a ouvir a Palavra de Deus. O tempo quaresma é para colocarmos Cristo no centro de tudo”. Ele disse ainda que “somos embaixadores de Cristo, como escreveu Paulo aos Coríntios, devendo ajudar o mundo a ser mais irmão, fraterno”.
Pela manhã, em Brasília (DF), a CF-2023 sobre a fome no Brasil foi aberta oficialmente, com missa na Capela Nossa Senhora Aparecida. O bispo auxiliar do Rio de Janeiro (RJ) e secretário-geral da CNBB, dom Joel Portella Amado, dedicou a celebração “às pessoas que experimentam a realidade da fome, aos atingidos e vítimas das chuvas no litoral Norte do estado de São Paulo, guerras, catástrofes e situações de violência”.
Durante a cerimônia de abertura no primeiro dia da quaresma, foi apresentada a mensagem do papa Francisco, na qual expressa o desejo de que o texto da CF-2023 sirva de reflexão aos católicos brasileiros e seja “uma atitude constante de todos nós, que nos compromete com Cristo presente em todo aquele que passa fome”.
“A intenção é que essa reflexão gere em todos, disse o papa, “a consciência de que a partilha dos dons que o Senhor nos concede em sua bondade não pode restringir-se a um momento, a uma campanha, a algumas ações pontuais”. Na mensagem, o sumo pontífice recorda o convite que Deus faz a trilhar um “caminho de verdadeira e sincera conversão” e que a proposta da CF-2023 tem o objetivo de animar o povo fiel “nesse itinerário ao encontro do Senhor”, com a a proposta de voltar o olhar para os mais necessitados, “afetados pelo flagelo da fome”.
O secretário-geral explicou o porquê de a CNBB tratar, pela terceira vez, do mesmo tema  – e uma das razões é o Brasil ter ingressado no Mapa da Fome da Organização das Nações Unidas (ONU). “Se a fome de uma pessoa deve nos incomodar, como nos tornar indiferentes diante da fome de milhões de irmãos e irmãs?”, perguntou.
Dom Joel disse que a CF-2-23 mostra uma consequência do pecado, no caso a fome, a qual, por meio “dos exercícios quaresmais”, a Igreja no Brasil convida a todos a enfrentar com ações fraternas e solidárias. “A CF segue um espírito indutivo de nos conduzir ao espírito quaresmal de conversão”, ressaltou.

Santuário reaberto

Na manhã de ontem, o arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, dom Walmor Oliveira de Azevedo, celebrou a tradicional missa da quarta-feira de cinzas e do início da quaresma no Santuário Basílica Nossa Senhora da Piedade, no topo da Serra da Piedade, em Caeté, na Região Metropolitana de BH. Fechado desde 15 de outubro, o complexo cultural, histórico, paisagístico e ambiental, vinculado à Arquidiocese de BH, reabriu as portas ao fiéis, peregrinos, turistas e demais interessados no patrimônio.
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