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Escritores e poetas voltam às ruas de BH protegidos contra vandalismo



Na companhia de autoridades e parentes dos escritores e poetas – Matheus Nava, sobrinho-neto de Pedro Nava; Edmar Bacha, economista, sobrinho de Henriqueta Lisboa; e Silvia Rubião, sobrinha de Murilo Rubião – e da sua mulher, Mônica Noman, da família de Roberto Drummond; o prefeito percorreu todo o circuito, conferiu o QR Code e as informações, em português e inglês, em placas. "Cada ato de vandalismo custa caro, sai dos cofres munipais. É um dinheiro que poderia ser aplicado em projetos culturais", afirmou o chefe do Executivo.
As peças em bronze foram reinstaladas com sinalização interpretativa e conteúdo publicado em plataforma digital. Por meio de QR Codes aplicados nas placas, os visitantes podem interagir com as esculturas e acessar os conteúdos educativos em português e inglês. Segundo a PBH, a iniciativa contribui para a promoção da cultura e do patrimônio histórico, fortalece a identidade e o sentimento de pertencimento da população, além de incentivar a caminhada e a descoberta de novos espaços.
A Belotur ficou responsável pela criação dos roteiros literários para essa experiência cultural e a Secretaria Municipal de Segurança Pública e a Guarda Municipal cooperam para reforçar a segurança desse importante patrimônio da cidade. Todo o processo de recuperação das esculturas e as ações educativas contam com investimentos de cerca de R$ 200 mil por parte da PBH.
Ao falar em nome da Academia Mineira de Letras, o vice-presidente da entidade, professor Caio Boschi, destacou que "vandalizar um monumento mostra a que ponto chegam os atos de barbárie da humanidade civilizada." Ouvindo as palavras juntamente com o filho Gabriel, de 9, a gestora cultural Luísa Rubião, sobrinha de Murilo Rubião, se declarou feliz com o retorno das peças às ruas. "Tenho esperança de que não serão depredadas."
Professor universitário de língua inglesa em Montes Claros, Norte de Minas, Leonardo Correa, de 34 anos, destacou o valor da iniciativa que valoriza a cidade e estimula a leitura. "Vim passear em BH e tive essa boa surpresa. Estou respirando cultura", disse o professor ao lado da estátua de Henriqueta Lisboa. Também em visita à capital, uma família de Confins, na Grande BH, ficou bem pertinho de Roberto Drummond. "A cultura é o principal patrimônio de um povo, nossa identidade", observou o estudante Christian Emanuel, de 16, entre os pais Claudionei Gomes, supervisor, e Aparecida Cristina da Silva, artesã.

Retirada

Em 7 e 8 de novembro de 2022, as esculturas dos escritores, alvo de depredação, vandalismo e ação do tempo, seguiram para o trabalho de restauro na Fundição Artística, em Contagem, na Grande BH, ficando no local placas ilustrativas. Na manhã do dia 7, foram retiradas as esculturas de Carlos Drummond de Andrade e de Pedro Nava. A dupla em tamanho real e eternizada em bronze fica na Praça do Encontro, na esquina das ruas Goiás e Bahia, no Centro.
Também no dia 7, ocorreu a retirada do interior da Biblioteca Pública Estadual de Minas Gerais, na Praça da Liberdade, na Região Centro-Sul de BH, da estátua do escritor Murilo Rubião, autor “O pirotécnico Zacarias”. A peça foi vandalizada, quando exposta no gramado diante da biblioteca, e recolhida, ficando no local apenas uma placa de sinalização. Durante o “Percurso Celebrativo”, a secretária Municipal de Cultura, Eliane Parreiras, explicou que a recuperação e o retorno das esculturas para as praças demonstram a importância que o patrimônio cultural tem para a PBH. “Esses escritores representam a história e parte da memória da cultura literária de BH e do país. Trazer de volta essas esculturas, que já fazem parte da paisagem urbana, é refazer a ligação desse convívio cotidiano e lúdico com a cidade. Nossa proposta é potencializar o Circuito Literário de BH, destacando a memória e a vocação literária da capital.”
O escultor Leo Santana acompanhou todo o processo de retirada e de restauração das peças, junto à Fundição Artística Ana Vladia. “Mais do que ter a satisfação de ver meu trabalho restaurado, a reposição desses monumentos urbanos é uma ação que valoriza a estética da cidade, sedo uma oportunidade de divulgar e de conscientizar a população sobre a relevância do nosso patrimônio público. Poder expor todo o processo de recuperação, mostrar o trabalho sendo feito, além de colaborar para educar, vai promover a afetividade e o cuidado pelo que é nosso.”

Roteiro literário para moradores e turistas

O roteiro da reinstalação das esculturas dos escritores e poetas mineiros começou na Praça Professor Alberto Deodato (Rua Goiás, esquina com Rua da Bahia), em frente às esculturas de Carlos Drummond de Andrade e Pedro Nava. Em seguida, o grupo seguiu em direção à de Murilo Rubião, nos jardins da Biblioteca Pública Estadual de Minas Gerais (Praça da Liberdade, 21). Na sequência, foi celebrado o retorno das esculturas localizadas na Savassi: de Roberto Drummond (no quarteirão fechado da Rua Antônio de Albuquerque) e de Henriqueta Lisboa (Rua Pernambuco, altura do nº 1.336).
No circuito, foi apresentado a belo-horizontinos e visitantes o processo de recuperação das esculturas e curiosidades sobre os escritores retratados, além da leitura de trechos de suas obras. Todo o percurso foi acompanhado por Leo Santana e os convidados Silvia Rubião, sobrinha de Murilo Rubião; Caio Boschi, vice-presidente da Academia Mineira de Letras; Edmar Lisboa Bacha, membro da Academia Brasileira de Letras e sobrinho da escritora Henriqueta Lisboa. "Estou muito feliz em estar na terra Natal para o retorno das esculturas às ruas", disse Edmar. As estátuas de Carlos Drummond de Andrade e Pedro Nava integram o projeto de requalificação Centro de Todo Mundo, da PBH.
Os trabalhos de recuperação das peças, agora num tom "castanho", foram realizados pela Fundição Artística Ana Vladia, com coordenação do artista Léo Santana. Todas as peças passaram por um processo de remoção da oxidação para a avaliação de avarias nas peças. O procedimento demanda jatos de areia e escovação, que removem as películas de sujeiras e óleos que cobrem as esculturas. Os serviços realizados a partir daí variaram de acordo com a necessidade de cada peça. No caso da escultura de Carlos Drummond de Andrade, foram feitos serviços de modelagem, fundição e solda dos óculos do escritor, além da solda da mão direita.
Uma das peças mais danificadas foi a de Henriqueta Lisboa, que teve as mãos e o livro que estava sobre elas arrancados. Para reconstituí-las, foi necessário que o artista Léo Santana as modelasse novamente. As mãos da escultura foram fundidas e soldadas e a escultura passou por nova pátina.

Estado de Minas

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