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Projeto idealizado por estudantes têm auxiliado alunos a terem alto desempenho em olimpíadas educacionais. Um dos idealizadores do projeto, acumula mais de 90 premiações em olimpíadas estudantis. Estudante de escola pública da PB cria projeto para 'treinar' colegas para olimpíadas científicasArquivo Pessoal/Giovanny ArthurMedalhas, premiações e diversas participações em Olimpíadas de conhecimento por meio de um projeto criado entre estudantes. Assim tem sido a carreira acadêmica do paraibano Giovanny Arthur, de 18 anos, que, através de um projeto criado com o auxílio de outros estudantes e com a tutoria de professores, fizeram com que o jovem de João Pessoa conquistasse diversos prêmios em olimpíadas na área da educação e fizesse com que outros estudantes conseguissem ter alto desempenho - e premiações - em competições educacionais.O projeto que fez Giovanny e outros estudantes se dedicarem rigorosamente às Olimpíadas é o "Go Big", que segundo o estudante, nasceu com o intuito “de incentivar, de ser grande”. Os participantes do projeto já realizaram cerca de 42 olimpíadas, com uma média de 70 premiações."O mundo olímpico é pouco conhecido, mas é uma das melhores coisas que os estudantes podem escolher, pois ele abre caminho para muitas outras oportunidades”, relata Giovanny. Vontade de crescer fez nascer o 'Go Big'Nascido em João Pessoa, Giovanny, que foi estudante da ECIT Francisca Ascensão Cunha [concluiu o ensino médio em 2022], foi descobrindo, ao longo do período em que estudava, que tinha vontade de estudar fora do país, mas não sabia como e de que forma direcionar a carreira acadêmica para realizar esse desejo. Durante o ensino médio, numa disciplina denominada “Projeto de Vida”, o jovem apresentou um projeto que remetia à possibilidade de realizar os estudos fora do país, e, a partir desse esboço e do empurrão de uma colega, o “Go Big” surgiu.“A ideia de criar o 'Go Big' surgiu durante a minha participação na Mostra Brasileira de Foguetes. Durante a minha participação eu conheci a Giovanna, aluna de uma escola particular de São Paulo. Nossa ideia era pôr um nome ou frase em inglês [para o projeto], e a Giovanna me indicou uma série para assistir. Nessa série havia uma frase com uma referência ao "Go Big", no sentido de incentivar, de ser grande. Então a gente decidiu fazer esse nome nesse sentido, de incentivar, de ser grande”, explicou o estudante.O projeto "Go Big" foi criado em 2020 para servir de ponte entre as olimpíadas do conhecimento e os alunos que queriam saber como funcionava o processo para participar. A tutoria oferecida pelo projeto ia desde o ato da inscrição do participante até os processos preparatórios de estudos para prestar as provas olímpicas.“A gente [estudantes que faziam parte da organização do projeto] trouxe várias pessoas com conhecimento técnico em várias áreas para criar um projeto completo. Temos alguns embaixadores também para ajudar na divulgação. Quando criamos ele [o projeto], em 2020, estávamos entrando na pandemia então nós dávamos aulas no Google Meet”, explicou Giovanny.Atualmente, o projeto conta com mais de 200 pessoas, além de 20 voluntários, e é totalmente gratuito. De acordo com Giovanny, a ideia do projeto é “simplesmente ajudar de coração”.Estratégia de sucessoA base do projeto “Go Big” é o autodidatismo. O projeto tem objetivos olímpicos educacionais para ajudar jovens já no ramo, os que querem evoluir, além daqueles que não conhecem essas competições, atuando como uma ferramenta de incentivo para todos participarem em todos os tipos de olimpíadas que se agradem. Um dos professores envolvidos na tutoria dos participantes do projeto é Thiago Ferreira do Nascimento, de 35 anos. Segundo o professor, a dedicação dos autodidatas era tão grande que eles se preparavam por si só, sem a ajuda efetiva dos professores.“Com o grupo já formado, digo os conteúdos e deixo-os livres para aperfeiçoar o autodidatismo, mas dando a possibilidade, além de suas próprias pesquisas, de me consultarem para tirar dúvidas durante qualquer horário do dia, por reuniões em plataformas online”, diz Thiago, professor da área de exatas.O autodidatismo era uma prática de estudos amplamente utilizada por Giovanny Arthur. O estudante paraibano explicou ao g1 que precisou reorganizar a rotina para preparar um cronograma de estudos adequado e que pudesse lhe dar alto rendimento nas olimpíadas, e que, de certa forma, pudesse, também, dar atenção ao projeto e auxiliar outros estudantes.“Devido a minha carga horária para idealizar o projeto, tive que reorganizar minha rotina, pois eu estudava sozinho para as olimpíadas. Fazia meu cronograma de estudos. Tive que reorganizar tudo, pois tinha que dar uma atenção ao projeto, então eu passava a manhã inteira estudando de forma virtual e à tarde organizava as coisas para o projeto acontecer, criando a parte virtual, procurando parceiros, entre outras coisas. O meu método sempre foi estudar por provas anteriores, pois é possível visualizar tópicos como tipo de perguntas, como são montadas, estratégias”, relatou Giovanny.O esforço de Giovanny deu certo. Ao todo, o paraibano tem 12 medalhas de ouro, outras sete medalhas entre prata e bronze, além de outras premiações por participações e alta performance em olimpíadas educacionais.Estudante de escola pública da PB cria projeto para 'treinar' colegas para olimpíadas científicasArquivo Pessoal/Giovanny ArthurIncentivo para fazer acontecerO projeto “Go Big” serve como um pontapé inicial para os estudantes redirecionarem seus focos de estudos e carreira acadêmica/profissional. Os estudantes que participam do projeto já realizaram cerca de 42 olimpíadas educacionais, com uma média de 70 premiações. O sucesso do projeto, tanto na transmissão de conhecimento quanto no reconhecimento com premiações, tem sido motivo de orgulho tanto para os estudantes que buscam aprendizado pelo projeto, quanto para professores como Thiago, que realizam tutoria dos alunos.“Me sinto feliz por saber que a próxima geração de profissionais já iniciou o seu desenvolvimento profissional e além disso obtiveram conquistas. É bastante satisfatório para mim saber que eu consegui plantar sementes de conhecimentos em cada um dos meus alunos. Uma das minhas prioridades como professor é ensinar ciências, ensinar o quão importante as ciências são para nossas vidas e saber que essa minha prioridade está sendo de fato passada a frente já me deixa no ápice de orgulho por tê-los como meus estudantes”, relatou o professor.Estudante de escola pública da PB cria projeto para 'treinar' colegas para olimpíadas científicasArquivo Pessoal/Giovanny ArthurGiovanny explica que, através do projeto, fez com que seu sonho em estudar em um outro país fosse mais possível e, a partir de então, começou a tornar esse sonho realidade.“O meu foco é estudar fora, com prioridade nos Estados Unidos. Isso me fez querer estudar mais, aperfeiçoar meu inglês e lutar bastante para chegar lá. O meu professor Thiago me ajudou bastante, me motivou a seguir o projeto e diz que é um projeto muito necessário, muito importante para os alunos do ensino médio”, disse o estudante.Giovanny pretende cursar licenciatura em matemática. Na edição do primeiro semestre deste ano do Sistema de Seleção Unificada (Sisu), o paraibano foi aprovado para a graduação que queria, na Universidade Federal da Paraíba (UFPB), mas não pretende iniciar o curso pois está se preparando para cursar a faculdade nos Estados Unidos. *Sob supervisão de Dani FechineVídeos mais assistidos do g1 Paraíba