O impacto da pandemia deixou clara a necessidade de estar em forma física e emocionalmente Na minha última coluna do ano passado, escrevi que 2021 seria o ano do cuidado. Muitas iniciativas comprovam essa tese e uma me chamou a atenção: reportagem da revista “Forbes” mostra que os refúgios voltados para estimular as defesas do sistema imunológico estão em alta. Na verdade, é o conceito de spa que está sendo reformulado – o objetivo deixa de ser perder quilos extras para focar no bem-estar. Resorts de luxo apostam suas fichas na tendência e agora anunciam mimos como oxigenoterapia ou reflexologia nasal.
O impacto da pandemia deixou clara a necessidade de estar em forma física e emocionalmente
Shahariar Lenin para Pixabay
Em vez de apenas cortar calorias e banir o álcool para desintoxicar o organismo, o lema agora é fortalecer o corpo com uma dieta equilibrada, aprender a dormir bem, exercitar-se e buscar o equilíbrio interior. Tudo devidamente personalizado e com orientações a serem seguidas depois do tratamento. No grupo do crème de la crème estão hotéis como o Six Senses, nos Alpes Suíços, e o Punta Vitality, situado numa ilha na Croácia, que oferece massagem para dormir e um elixir diferente a cada dia para aumentar a imunidade. Na Tailândia, o RAKxa fica protegido pela mata numa ilha fluvial em Bangkok e combina abordagem médica com infusões, meditação, massagem e um cardápio de alimentos anti-inflamatórios.
O impacto devastador da pandemia, cujo caldeirão misturou isolamento social, solidão, luto, insegurança emocional e financeira, deixou clara a necessidade de estar em forma física e mentalmente. É verdade que as novas versões de spas estão fora do alcance da maior parte das pessoas, embora já estejam disponíveis opções virtuais mais em conta, mas há um boom de produtos acessíveis sendo oferecidos. De acordo com artigo do portal mindbodygreen, startups do setor amealharam US$ 1.37 bilhão (o equivalente a 7.5 bilhões de reais) até setembro de 2020.
O aplicativo de meditação Calm, por exemplo, está avaliado em 2 bilhões de dólares, mas o queridinho da vez é a plataforma Coa, que se propõe a ser “a primeira academia de saúde mental” e está sendo lançada oficialmente este mês. Sessões interativas, comandadas por terapeutas, buscam desenvolver autocompaixão, fortalecer a resiliência e lidar com o estresse. A propósito, Coa é um diminutivo para coalescência, que significa fusão, união. Ou, como propõem seus criadores, “crescer juntos”. Só estamos arranhando a superfície desse filão.