A admissibilidade da Denúncia de Infração Político-administrativa contra o vereador de Divinópolis, Diego Espino (PSC), será votada, às 14h, nesta terça-feira (11/4). Ele é acusado pelo denunciante de suposta ameaça de morte e constrangimento. Junio César Oliveira protocolou o documento pedindo a cassação do mandato do político por quebra de decoro parlamentar.
Embora seja vereador de Divinópolis, no Centro-Oeste de Minas, no dia 6 de março, Espino gravou um vídeo contra um decreto publicado pela prefeita de São Gotardo, Denise Abadia Pereira de Oliveira.
A norma limitava o horário de funcionamento do comércio da cidade devido ao aumento de ocorrências policiais registradas no período. A postagem rendeu discussões nas redes sociais. O denunciante foi um dos internautas a rebater as declarações do vereador. A partir daí, o clima esquentou.
Júnio alega que foi constrangido pelo parlamentar que tentou intimidá-lo. Inicialmente, segundo o denunciante, ele relatou o ocorrido ao presidente da câmara de Divinópolis, Eduardo Print Jr. (PSDB).
Advertido, Espino teria apagado os comentários no perfil que é administrado, segundo a denúncia, pela noiva dele, moradora de São Gotardo e proprietária de uma franquia de lojas de chocolates.
Conforme a denúncia, o vereador enviou mensagens privadas ao denunciante, dentre elas, uma foto “para mostrar que havia encontrado o perfil do denunciante no Facebook com todos os dados pessoais”.
Por meio do WhatsApp, Espino também teria encaminhado um vídeo, em modo temporário, para intimidá-lo, o que o denunciante classificou como “assustador e sangrento”. As imagens mostram um jovem sendo assassinado com vários tiros de pistola na cabeça.
Ao ser questionado pelo denunciante se o vídeo era uma ameaça de morte, ele, então, respondeu conforme print da conversa: “isso é um procedimento para curar o seu problema de coluna”.
Os prints e o vídeo foram anexados à denúncia.
Espino disse se sentir “injustiçado” e antecipou que levará o caso para a Justiça. Ele alegou não conhecer o denunciante e o acusou de querer prejudicá-lo. Além disso, negou que tenha feito qualquer ameaça ou constrangimento à vítima.
“Enviei mensagem, mas não era isso. Tenho aqui e vou mostrar na justiça. Você acha que eu seria burro de enviar isso por telefone? Para que eu ia fazer isso? Estou aqui para ajudar as pessoas. Não estou aqui para atrapalhar a vida de ninguém”, argumentou.
O vereador alegou que gravou o vídeo contra a chefe do executivo municipal para ajudar os comerciantes. Na segunda-feira seguinte à publicação, segundo ele, os vereadores derrubaram as restrições de horário propostas pela prefeita.
Não muito confiante no resultado de terça-feira, o vereador afirmou que há “pressão da suplência e amigos do suplente(…). Fica todo mundo querendo a cadeira. A pessoa deveria fazer igual eu fiz, candidatar e não gastar dinheiro público, ser eleito e representar uma cidade. Ficam doidos para me tirar porque estou fazendo uma política justa, diferente”, se defendeu.
O suplente do denunciado, o advogado Eduardo Augusto, foi convocado para a reunião de terça-feira. Primeiro, os vereadores irão votar pela admissibilidade ou não da denúncia. Se aceita, será formada uma comissão processante que dará sequência aos trabalhos. Caso não seja admitida, o documento é arquivado.
Este é o segundo pedido de cassação de mandato enfrentado pelo político. O primeiro foi protocolado pelo vereador Flávio Marra (Patriota) após confusão envolvendo um assessor e Espino. Ele foi arquivado.
*Amanda Quintiliano especial para o EM