"Que decepção, América. De acordo com o presidente (Marcus Salum), todo mundo erra na vida e merece uma chance. Senhor presidente, matar alguém (nesse caso 2 pessoas) não é um tipo de erro que as pessoas cometem, isso tem outro nome. Que vergonha!", disse.
Durante a
apresentação de Marcinho, o presidente da Sociedade Anônima do Futebol (SAF) do América, Marcus Salum, explicou as razões pelas quais o clube apostou na contratação do lateral-direito.
"Respeito a opinião de todo mundo, mas o América pensa diferente. O atleta cometeu um ato que está pagando por ele, ele vai explicar, recebeu seus processos, foi um erro. Quem não errou na vida? Onde está a grande virtude: julgar sem ser juiz ou em dar oportunidade aos profissionais de jogar aqui? Aqui é uma família, ele vai se sentir muito bem, sinto-me satisfeito de abrir a porta para ele dar mais um passo na carreira", disse o presidente da SAF.
"Não sou juiz, ele está sendo julgado pela Justiça, todos erram na vida, ele é um menino que errou, está pagando por isso, tem que pagar sim pelo que fez. Agora, nem por isso a vida dele acabou. Errou e errou grave, está pagando por isso, mas o América buscou um atleta tecnicamente capaz, de comportamento exemplar e que pode nos atender. Sei que parte da torcida não está satisfeita, mas precisamos de resultados. Sou cristão, penso nas pessoas e estou feliz de dar oportunidade ao Marcinho", complementou.
Relembre o caso
Marcinho é
réu na Justiça por atropelar o casal Alexandre Silva de Lima e Cristina José Soares, em 30 de dezembro de 2020, na Avenida Lúcio da Costa, no Recreio, Zona Oeste do Rio de Janeiro. Ele fugiu do local sem prestar socorro às vítimas.
O homem morreu no momento da colisão, enquanto a mulher faleceu seis dias depois, após ser levada em estado grave ao Hospital Lourenço Jorge e, posteriormente, transferida ao Hospital Vitória.
O caso segue na Justiça. Parecer elaborado pelo Grupo de Apoio Técnico Especializado do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (GATE/MPRJ) confirma laudos oficiais do caso e aponta que Marcinho estava em velocidade acima do permitido e afirma que "não poderia ser descartada de forma categórica" a presença de álcool no corpo do jogador.
Conforme laudo pericial do Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE), o Mini Cooper dirigido por Marcinho estava entre 86 km/h e 110 km/h em uma via com velocidade máxima de 70 km/h.
A defesa alega que, apesar das cinco tulipas de chopp consumidas por Marcinho, o teor alcoólico no corpo do jogador era “nulo ou praticamente nulo” - versão contestada pelo laudo do GATE/MPRJ.
Marcinho foi denunciado por duplo homicídio culposo (quando não há intenção de matar), com agravante por ter fugido do local.