Senadores candidatos à presidência da Casa discursaram durante a sessão desta segunda-feira (1º). O sucessor de Davi Alcolumbre (DEM-AP) comandará o Senado pelos próximos dois anos e definirá a pauta de votações do plenário.
Assista ao vivo à sessão do Senado
Saiba como será a votação
Até o início da sessão, cinco senadores disputavam o comando do Senado: Rodrigo Pacheco (DEM-MG), Simone Tebet (MDB-MT), Lasier Martins (Pode-RS), Major Olimpio (PSL-SP) e Jorge Kajuru (Cidadania-GO).
No entanto, durante a sessão desta segunda, Lasier Martins, Major Olimpio e Jorge Kajuru retiraram as candidaturas e anunciaram apoio a Simone Tebet.
Rodrigo Pacheco é apoiado pelo presidente Jair Bolsonaro e por Davi Alcolumbre. Considerado o favorito na disputa, afirmou em discurso que não deixará "nenhum tipo de influência externa" influenciar a vontade "livre e autônoma dos senadores".
Por ser apoiado pelo Palácio do Planalto, o senador do DEM recebeu críticas de adversários que colocaram em dúvida a independência do parlamentar.
Simone Tebet, por sua vez, afirmou que a independência do Senado é "crucial"
Discursos
Leia trechos dos discursos dos candidatos (por ordem alfabética):
Rodrigo Pacheco (DEM-MG):
"Não haverá nenhum tipo de influência externa capaz de influenciar a vontade livre e autônoma dos senadores. A busca do consenso haverá de ser uma tônica. Mas há instrumentos e procedimentos próprios da democracia para se extrair uma conclusão. A conclusão que advenha da vontade da maioria. Portanto, asseguro com toda a força do meu ser o meu propósito de independência em relação aos demais poderes, às demais instituições. Buscando sempre harmonizar o Poder Legislativo com os demais poderes da República."
"Nós vamos inaugurar um diálogo pleno, efetivo e de resultados, porque isso é para ontem, para que se possa conciliar o teto de gastos públicos com assistência social num dialogo junto com a equipe econômica do governo federal."
Simone Tebet (MDB-MS):
“Não tenho cargos, emendas para oferecer aos senhores, não tenho os apoios, repito, o que tenho a oferecer é um trabalho conjunto a favor do Brasil. Todos nós temos o dever de cumprir as promessas que fizemos na cerimônia de posse, um Senado imprescindível ao novo processo democrático. O mesmo Senado que nunca fugiu nos momentos mais importantes. A omissão movida por interesses não pode percorrer nosso túnel. O nosso barco tem a bandeira da independência institucional. Se a prática da independência já tinha necessidade profunda antes, agora é crucial. Independência não para fazer oposição, mas para fazer o nosso dever constitucional de legislar e fiscalizar. Fiscalizar para que sejamos o freio e o contrapeso para qualquer abuso vindo de qualquer poder”.
"Espero que nós possamos, a partir de amanhã, lançar as sementes da ética, da justiça social, da cidadania, a justiça da vida, enfim."
Senado escolhe novo presidente para os próximos dois anos
A sessão
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, iniciou a sessão por volta das 15h. Em seu último pronunciamento, agradeceu aos colegas, elogiou o trabalho da imprensa, mencionou sua família e relembrou propostas aprovadas e medidas tomadas contra a Covid-19.
Ele também disse que atuou em busca da pacificação das relações institucionais, pela união dos parlamentares e pela construção de pontes entre os Poderes.
Na sequência, deu a palavra aos cinco candidatos. O primeiro a falar foi Jorge Kajuru, que fez um pronunciamento com críticas a Alcolumbre. Kajuru chamou o atual presidente do Senado de "office boy de luxo" do Palácio do Planalto, pelo alinhamento do senador do Amapá com o presidente Jair Bolsonaro.
Ele também criticou Alcolumbre por não dar andamento a pedidos de impeachments e de CPIs, como a que tinha o objetivo de investigar o Poder Judiciário.
Kajuru também afirmou que, após o discurso, não teria mais a amizade de Alcolumbre e que estava se “lixando” para isso.
Depois disso, o presidente do Senado deu a palavra à senadora Kátia Abreu (PP-TO), que não é candidata e que, por isso, não teria direito a fazer pronunciamento, mas fez.
Kátia defendeu a atuação de Alcolumbre nos dois anos em que presidiu o Senado e “simbolicamente” devolveu uma pasta para o senador do Amapá. Uma referência ao episódio da tumultuada eleição de 2019, em que Kátia “sequestrou” a pasta de Alcolumbre por não concordar com a forma que ele conduzia a sessão. Ela já havia devolvido a pasta raptada no mesmo dia da eleição.