No 1º ato como presidente da Câmara, Arthur Lira anulou votação para os demais cargos da Mesa Diretora e cancelou formalização do bloco de apoio a Baleia. Nova eleição foi marcada para esta terça. Parlamentares aliados do deputado Baleia Rossi (MDB-SP) informaram na madrugada desta terça-feira (2) que acionarão o Supremo Tribunal Federal (STF) contra a decisão do novo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), sobre a definição para os cargos da Mesa Diretora da Casa.
Arthur Lira foi eleito presidente da Câmara no fim da noite desta segunda (1º). No primeiro ato à frente do cargo, anulou a votação para os demais cargos da Mesa Diretora e determinou a realização de uma nova eleição para a escolha dos integrantes.
No mesmo ato, Lira também cancelou a formação do bloco que apoiou Baleia Rossi, principal adversário na disputa. O bloco era formado por 10 partidos (PT, MDB, PSDB, PSB, PDT, Solidariedade, PCdoB, Cidadania, PV e Rede). O novo presidente da Câmara argumentou que o bloco foi formalizado após o prazo estipulado (12h desta segunda).
Diante da decisão de Lira, os parlamentares que apoiaram Baleia Rossi decidiram se reunir na Câmara e, após o encontro, anunciaram a decisão de entrar com uma ação no STF.
Os partidos que apoiam o deputado do MDB alegam que houve um erro no sistema no momento de formalização do bloco, o que atrasou a entrega dos documentos em alguns minutos.
"Todos os partidos que se uniram em torno da defesa de uma Câmara livre e independente - ainda sobressaltados e sem acreditar no que nós vimos acontecer nessa noite, num ato autoritário, antirregimental e ilegal do deputado Arthur Lira, que, se continuar nesse caminho comprometerá a governabilidade da Casa e perderá qualquer condição de presidir os trabalhos - irão conjuntamente ao Supremo Tribunal Federal", afirmou o líder do PSB, Alessandro Molon, após uma reunião com as demais lideranças partidárias.
Segundo ele, o processo eleitoral foi único e não pode ser desmembrado. "Entendemos que a eleição é um processo uno, não se pode acolher apenas a parte da eleição que interessa a quem está sentado na cadeira, que há pouco dizia não ser um trono, desacreditando o que acabara de falar, que presidiria a Câmara com imparcialidade", disse.
Na avaliação de Molon, o ato foi "parcial" e "inaceitável". "Reagiremos com o maior vigor e com o maior repúdio. A gente não aceita o que aconteceu", afirmou.