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Inconfidente

HIPÓLITA, primeira mulher reconhecida como Inconfidente, terá seu nome gravado no Panteão dos Inconfidentes em Ouro Preto: berço do movimento


A "Inconfidente" Hipólita Jacinta Teixeira de Melo, esposa do inconfidente Francisco Antônio de Oliveira Lopes, vai ocupar um lugar no Panteão dos Inconfidentes, no Museu da Inconfidência, em Ouro Preto. Junto à lápide reservada a Hipólita, será depositada uma caixa com terra da Fazenda Morro Alto, propriedade onde Hipólita viveu. Ela nasceu em Prados, no Campo das Vertentes.

A homenagem será no dia 29 de abril, às 11h. Neste Panteão, há a presença de restos mortais de 16 Inconfidentes, sendo representado o de Joaquim José da Silva Xavier (o Tiradentes) por uma pedra, já que seus restos mortais foram espalhados em vários pontos após seu esquartejamento no Rio de Janeiro. Como enfatiza o prefeito, Angelo Oswaldo, "o Panteão é um dos pontos mais comoventes do Museu da Inconfidência, porque é ali que se preza os conjurados e de Tiradentes".

O evento é restrito às autoridades, mas, em seguida, o público poderá participar de uma mesa-redonda com o tema "Hipólita estava lá".

Entre as autoridades convidadas, estarão a ministra do Supremo Tribunal Federal, Cármen Lúcia, o prefeito de Ouro Preto, Angelo Oswaldo, e o diretor do Museu da Inconfidência, Alex Calheiros, além das cantoras Zélia Duncan e Ana Costa, o estilista Ronaldo Fraga e a historiadora Heloisa Starling.

Segundo a historiadora e pesquisadora Heloisa Starling, "quando a notícia da prisão de Tiradentes chegou à fazenda da Ponta do Morro, na noite de 20 de maio de 1789, Hipólita Jacinta não titubeou, não teve nenhuma dúvida". Starling explica que a Conjuração Mineira estava indo a pique e as tropas da infantaria portuguesa enviadas pelo vice-rei, Luís de Vasconcelos e Sousa, chegariam a Vila Rica em poucos dias. Na fazenda da Ponta do Morro, sozinha, Hipólita decidiu empurrar a revolta para frente, partiu dela a ordem de dar início ao levante militar: "Dou-vos parte, com certeza, de que se acham presos, no Rio de Janeiro, Joaquim Silvério dos Reis e o alferes Tiradentes, para que vos sirva ou se ponham em cautela". Também foi dura no arremate: "Quem não é capaz para as coisas, não se meta nelas. E mais vale morrer com honra que viver com desonra", escreveu Hipólita.

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