O chamado 'streaming artificial' ocorre quando bots simulam ser ouvintes com o objetivo de aumentar a audiência de determinadas músicas, violando assim os termos de serviço do Spotify.
A empresa afirmou ao jornal que está trabalhando para erradicar essa prática em seu serviço. A Boomy, por sua vez, permite que usuários criem músicas com facilidade, que são posteriormente enviadas às plataformas de streaming e geram royalties.
A Universal Music também demonstrou preocupação com questões de direitos autorais. O CEO da companhia, Lucian Grainge, informou aos investidores na semana passada que o crescimento descontrolado da IA generativa pode resultar em problemas legais relacionados à legislação de direitos autorais atual.
No mês anterior, a empresa já havia solicitado aos principais serviços de streaming que restringissem o uso de IA em suas plataformas, conforme divulgado pelo jornal.
Reintegração ao catálogo
A Boomy retomou o envio de novas músicas ao Spotify e ambas as empresas estão negociando a reintegração do restante do catálogo da Boomy à plataforma.As músicas produzidas por IA têm sido alvo de debates nos últimos meses. Em 10 de junho, a Vice revelou que fãs do cantor americano Frank Ocean estavam sendo enganados ao adquirir músicas falsas geradas por IA.
Atualmente, é comum encontrar faixas de artistas interpretando covers de músicas que nunca gravaram, como a cantora colombiana Shakira cantando o sucesso 'Envolver', da brasileira Anitta, tudo criado por IA.
Existem dezenas de perfis em redes sociais, como YouTube e Instagram, dedicados exclusivamente à divulgação dessas músicas. Artistas renomados, como os canadenses Drake e Grimes, já se pronunciaram a respeito.
Drake expressou sua insatisfação no Instagram ao ver sua voz clonada em um cover de outro artista, dizendo: 'Esta é a gota d'água da IA'. Já Grimes, por outro lado, anunciou no Twitter que dividirá 50% dos royalties de qualquer música gerada por IA que utilize sua voz.