Pontos críticos durante os períodos chuvosos em Ouro Preto, o Morro da Forca, conhecido pelo deslizamento de terra em janeiro de 2022 que soterrou a primeira construção neocolonial da cidade - o Casarão Baeta Neves – e a Rua Padre Rolim, onde um barranco desmoronou e soterrou duas pessoas, em 2012, vão receber recursos do governo federal.
O valor de R$ 30 milhões vem da revalidação de um convênio que previa recursos para a contenção das encostas em Ouro Preto, o "PAC das Encostas", um programa do governo federal que começou a ser negociado em 2012, mas que estava parado desde então. De acordo com a Secretaria de Obras e Urbanismo de Ouro Preto, a busca por recursos para solucionar os problemas das encostas na cidade ganhou força desde o soterramento do Solar Baeta Neves.
As obras de retaludamento com a retirada da terra foram iniciadas em março de 2022 e tinha previsão de conclusão em 45 dias, mas a etapa foi concluída em agosto. No entanto, em dezembro de 2022, houve um novo deslizamento de terra que movimentou uma massa de terra. "Desde a tragédia do desabamento do Morro da Forca, no dia 13 de janeiro, foram várias as ações empreendidas no local. As primeiras medidas adotadas pela prefeitura aconteceram em março do ano passado, quando foi retirado o material que desceu, para liberação do trânsito local. Em seguida, as soluções foram sendo viabilizadas gradualmente, porém, até então, apenas com recursos da prefeitura, sem nenhum suporte dos órgãos estaduais e federais", diz o secretário de Obras, Franklin Evangelista. O secretário conta que em reunião com a chefe de Gabinete da Secretaria de Estado de Infraestrutura e Mobilidade de Minas Gerais (Seinfra), Carolina Rocha Vespúcio, foi acertada a revalidação dos recursos para a contenção das encostas em pontos críticos da cidade. "O convênio estava quase perdido, mas os projetos das encostas foram apresentados e aprovados pelo estado, agora vamos aguardar a liberação dos R$30 milhões pela Caixa Econômica Federal".
O Morro da Forca é um dos pontos críticos apontados pelo secretário que receberão obras que prevê a construção de sistema de drenagem, mas o valor total do projeto não foi informado pela pasta e nem as fases do cronograma. Evangelista conta que juntamente com o prefeito de Ouro Preto deverão acompanhar o secretário de Infraestrutura do Estado, Pedro Bruno Barros de Souza, em um encontro com representantes da Caixa Econômica Federal para tratar da liberação dos R$30 milhões que irão ser aplicados também em obras na Rua Padre Rolim, no bairro Taquaral e outros locais da cidade.
O secretário de Obras e Urbanismo não informou à reportagem o valor necessário para a construção de todas as obras de encostas na cidade histórica e nem os prazos para a conclusão dos trabalhos.
Em um vídeo publicado em 9 de maio nas redes sociais da prefeitura que falava sobre a instalação do aeroporto em Ouro Preto, o prefeito Angelo Oswaldo afirmou que ainda aguarda de deputados federais e estaduais emendas parlamentares com recursos para a contenção das encostas de Ouro Preto.
O vídeo gerou muita repercussão pela população que diz estar preocupada com as questões relacionadas à privatização da Saneouro e com os riscos de novos deslizamentos na cidade.
Estado de Minas