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Ministro da Infraestrutura fala em adotar medidas para 'blindar' caminhoneiros da alta do diesel

Por Redação

09/03/2021 às 19:53:16 - Atualizado há
Tarcísio de Freitas participou de live nesta terça e negou que governo vá interferir em política de preços da Petrobras. Estatal anunciou quinta alta consecutiva do diesel nesta segunda. O ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, afirmou nesta terça-feira (9) que o governo estuda medidas para "blindar" os caminhoneiros de variações bruscas no preço do diesel.

Freitas negou, durante transmissão promovida por uma corretora de investimentos, que o governo tenha intenção de interferir na Petrobras – sobretudo, na política de preços dos combustíveis.

"É uma premissa. Não há nenhuma possibilidade de a gente interferir [na estatal]. A gente pode tentar pensar em algumas medidas que são estruturais, são medidas de mais médio prazo, e que proporcionem alguma blindagem contra possíveis flutuações [no diesel], sem obviamente interferir na política de preços da Petrobras", afirmou.

Entre as medidas avaliadas pelo Ministério da Infraestrutura para beneficiar a categoria, Freitas citou:

o aumento da segurança nas estradas;

a criação de postos de parada e descanso;

a maior facilidade para contratação direta do serviço de transporte e

a flexibilização de meios de pagamento.

Disparada nos preços

Nesta segunda (8), a Petrobras anunciou a quinta alta consecutiva do diesel combustível nas refinarias – e a sexta da gasolina.

O preço médio de venda da gasolina passará a ser de R$ 2,84 por litro, alta de R$ 0,23 por litro (alta de 9,2%), enquanto o diesel passará a média de R$ 2,86 por litro, aumento de R$ 0,15 por litro (alta de 5,5%).

O valor nas bombas é diferente porque inclui os custos de transporte e armazenamento e os lucros dos postos e das distribuidoras, entre outros fatores.

Alta dos combustíveis nas refinarias

Economia G1

Contratação direta e PIX

Freitas descreveu o procedimento atual para contratação do frete como "penoso" e "burocrático", por exigir muitos documentos de difícil emissão – o que levaria à necessidade de intermediários e à perda de receitas.

"A ideia é modernizar isso. Transformar, condensar todos esses documentos em um documento único, eletrônico, que o caminhoneiro vai portar no seu celular", afirmou.

Segundo o ministro, a simplificação também envolve documentos fiscais, o que deve contribuir para combater a sonegação de tributos no sistema de transporte.

Outra medida estudada pelo ministério é a flexibilização de meios de pagamento para o serviço de transporte. "A gente vai ver caminhoneiro recebendo o frete dele pelo PIX", disse.

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Segurança e postos de parada

De acordo com o ministro, as novas concessões de rodovias preveem a construção de postos de parada. Para as concessões já existentes, a pasta ainda negocia a instalação da área para descanso.

A ideia do ministério é que os postos de parada sejam iluminados, cercados e vigiados. "Para que o caminhoneiro possa executar o descanso com segurança e também fazer reparos".

Freitas também mencionou que as concessões devem prever a instalação de sistemas de detecção de incidentes, a cada 500 metros, interligados a órgãos de segurança pública. Os novos contratos, diz o ministro, também devem aumentar a duplicação e a estrutura de sinalização das vias, além de recuperar trechos de asfalto danificado.

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Interferências na Petrobras

Apesar da negativa de Tarcísio de Freitas sobre interferência na Petrobras, o presidente Jair Bolsonaro já interferiu nos rumos da Petrobras em pelo menos duas ocasiões.

Em fevereiro, Bolsonaro anunciou em rede social que não reconduziria o atual presidente da estatal, Roberto Castello Branco, ao cargo. Para a vaga, o presidente indicou o general Silva e Luna, que estava no comando de Itaipu.

O anúncio aconteceu um dia depois de Jair Bolsonaro fazer críticas à gestão da Petrobras e às sucessivas altas no preço dos combustíveis. Nas semanas seguintes, o presidente elevou o tom e chegou a dizer que a Petrobras tinha "um viés" de atender a "interesses próprios de alguns grupos".

Em 2019, a intervenção de Bolsonaro foi justamente na política de preços da Petrobras. O presidente ligou para o presidente da companhia e determinou que um reajuste do diesel nas refinarias fosse suspenso.

A Petrobras atendeu e, no dia em que a mudança veio a público, as ações ordinárias da Petrobras caíram 8,54% e as ações preferenciais, 7,75%. A Petrobras perdeu R$ 32,4 bilhões em valor de mercado.

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