As análises decorrem da existência do que os envolvidos no estudo chamam de “movimento antivax”, que traz à tona forte oposição à vacinação pública, revela o professor Rodrigo Otávio Silva, do Departamento de Medicina Veterinária Preventiva. “Vimos que existe uma relação entre a vacinação humana e a animal. As pessoas que estão com o esquema vacinal contra a covid-19 incompleto não acreditam que vacinas têm a capacidade de proteger. Então, elas estendem essa crença à vacinação de seus animais”, explica.
Segundo ele, o “negacionismo vacinal” não está associado à renda ou à escolaridade. “Sessenta por cento deles [os entrevistados] afirmaram não vacinar devido aos custos. Porém, ao analisarmos a renda dessas pessoas, percebemos que mesmo as que tinham dinheiro para vacinar os cães não o faziam. Isso mostra que esses tutores não veem uma boa relação de custo-benefício na vacina animal.” Outra ponderação no estudo considera que quem vacina os cães costuma se informar com o médico veterinário. Por outro lado, quem não vacina, obtém informação na internet e em grupos de WhatsApp. "Isso condiz com os estudos realizados em outros países. Pessoas que levam o pet ao veterinário pelo menos uma vez ao ano têm nove vezes mais chances de vaciná-lo", finaliza.