A parceria foi firmada após reunião do Embaixador do Brasil na Espanha, Orlando Leite, com o presidente da federação espanhola, Luis Rubiales. O presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, também esteve em contato com Rubiales.
O principal motivo para a parceria é o recente caso de racismo contra Vini Jr, na partida entre Real Madrid e Valencia, pelo Campeonato Espanhol. A ideia da campanha, nomeada como “A Mesma Pele”, é alinhar as duas federações no combate ao racismo no futebol, e terá como grande evento entre as duas seleções.
- Estamos muito felizes. Temos que construir coisas, não somente lamentar o ocorrido e sim trabalhar juntos. Esse amistoso entre duas das maiores seleções do mundo é algo que mostra ao mundo nossa união, nossa luta conjunta a tudo aquilo que prejudica os valores do futebol. Um ótimo jogo que vamos poder aproveitar, tanto o torcedor espanhol quanto o torcedor brasileiro. E é esse exemplo que queremos dar ao mundo, que os valores do futebol é algo positivo e não o contrário - disse Luis Rubiales.
Casos de racismo contra Vini Jr na Espanha
Vini Jr tem sido alvo constante dos crimes de racismo no futebol espanhol. Ao todo, o brasileiro já foi vítima de, ao menos, 10 casos desde 2021.
O último deles, contra o Valencia, ficou marcado em todo o mundo quando o brasileiro foi xingado de “mono” (macaco, em espanhol), por boa parte dos torcedores presentes no estádio.
Além das ofensas, o brasileiro ainda foi expulso após manipulação das imagens do VAR pelo árbitro responsável, Nacho Iglesias Villanueva. O árbitro ignorou a agressão sofrida pelo camisa 20 durante a confusão, mostrando apenas o tapa de Vini Jr em Hugo Duro, sem as ações do jogador do Valencia. Como consequência, a Federação Espanhola decidiu banir o árbitro.
Casos de racismo aumentaram no futebol brasileiro; clubes poderão perder pontos
Os números de casos de racismos no futebol brasileiro aumentaram em 2022, é o que mostra
o Relatório Anual da Discriminação, do Observatório da Discriminação Racial no Futebol. Os dados apontam um aumento de 40% em relação ao ano anterior. Em 2022 foram registrados mais de 90 casos, contra os 64 de 2021.
A CBF, por sua vez, definiu que, a partir deste ano, os clubes poderão perder pontos em casos de racismo praticados pelos seus torcedores, jogadores e dirigentes. A mudança foi incluída no Regulamento Geral de Competições (RGC), documento que estabelece as normas e regras para a disputa dos campeonatos nacionais.
Segundo o artigo 134 do regulamento, os clubes poderão ser punidos de quatro maneiras: advertência, multa de até R$ 500 mil, impossibilidade de fazer registro e transferência de jogadores ou até mesmo perda de pontos no Campeonato Brasileiro.