Além desse homem, que era sócio de Samuel Eberth Melo, há mais um suspeito confirmado pela PC. Ambos estão presos. "Após verificar diversas inconsistências no depoimento como testemunha, ele [
sócio] passou a ser suspeito. Já no interrogatório como suspeito, ficou em silêncio", diz a delegada responsável pelo caso, Marcela Ehler.
Crime em família?
Uma pessoa ligada a Samuel, que pediu para não ser identificada, contou para a reportagem que o segundo homem envolvido no assassinato é genro do parceiro comercial do empresário mineiro. O homem em questão mora em Santo Antônio da Patrulha, cidade onde o corpo da vítima foi encontrado.
Segundo a pessoa, existe a possibilidade de que toda a família dos suspeitos esteja envolvida no crime.
A fonte também contou que o crime foi "decidido de última hora". Samuel foi convencido a ir até Santo Antônio da Patrulha após o suspeito dizer que alguns dos veículos estavam sendo exibidos em uma feira na cidade.
"Durante a viagem, após passar por um pedágio, o cara teria parado o carro em uma estrada deserta e ficado ali por mais de 40 minutos no telefone planejando o assassinato. Até esse momento, Samuel não sabia o que estava acontecendo. A polícia viu pelo rastreador do celular que ele chegou até a se afastar do carro pra conversar e depois voltou", contou.
Ao chegarem na cidade, Samuel foi surpreendido pelo segundo suspeito. Ele foi rendido, e o crime aconteceu. O corpo foi escondido em uma área de difícil acesso.
Também nesta terça-feira, foram divulgadas imagens de uma câmera de segurança de uma loja de ferramentas, a qual mostrava o sócio de Samuel comprando pás, lona e enxada. As imagens, que têm cerca de três minutos, foram gravadas às 15h15 do dia 2 de junho, data de último contato do empresário com a família. É possível perceber o homem andando de um lado para o outro da loja, com o celular na mão.
Entenda
O empresário Samuel Eberth Melo, de 41 anos, estava desaparecido desde o último dia 2. Ele é dono de uma concessionária em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, e viajou a trabalho para cobrar o parceiro de negócios a quem tinha consignado 44 carros para revenda, há quatro meses, cujo valor estimado em R$ 5 milhões não teria sido repassado.
Essa era a segunda remessa de veículos enviada de Belo Horizonte ao Rio Grande do Sul. A primeira tinha 25 veículos, e Samuel recebeu o dinheiro.
Samuel foi morto com nove tiros nas costas, e o corpo estava enterrado em um terreno no litoral norte do estado gaúcho, próximo à cidade de Santo Antônio da Patrulha, no Sul do país.