A interdição do espaço se deu por infrações sanitárias cometidas pela profissional, que, segundo a Prefeitura de Divinópolis, são "a realização de procedimentos invasivos não declarados para Visa; área física aprovada pela Visa comporta somente procedimentos minimamente invasivos, conforme parecer técnico de aprovação nº 54/2021; não apresentou prontuário da paciente, submetida ao procedimento no dia 8/5, que foi removida pelo Samu".
Lorena foi presa em 9 de maio, após a morte da paciente Irís Dorotéia do Nascimento Martins, que realizou um procedimento estético de lipoaspiração/lipoescultura no abdômen, como apontou preliminarmente a perícia da Polícia Civil. O inquérito ainda não foi concluído.
Em 23 de maio, ela foi desligada do sistema penitenciário, por meio de um alvará de soltura concedido pela Justiça. Na ocasião, os desembargadores da 6ª Câmara Criminal do TJMG concederam parcialmente o pedido da defesa da biomédica, substituindo a prisão preventiva pela prisão domiciliar, e, desde então, o Tribunal de Justiça manteve o parecer.
Apesar disso, no início do mês de junho, ela gravou diversos vídeos para as redes e, entre procedimentos feitos em outros pacientes e mensagens de apoio à situação que enfrenta, também compartilhou telefones de marcação para consultas em Divinópolis e Belo Horizonte, além da divulgação de um procedimento de lipoaspiração a laser, semelhante ao que Íris foi submetida.
O procedimento em questão foi defendido por ela nos vídeos, mas, segundo o Conselho Regional de Biomedicina 3ª Região (CRBM-MG), responsável pelos profissionais do estado e procurado pela reportagem, "o biomédico esteta não está autorizado a realizar lipoaspiração".
Também em resposta ao
Estado de Minas, o Conselho Regional de Medicina (CRM-MG) informou que "a lipo a laser é um procedimento médico invasivo, e que procedimentos médicos devem ser realizados exclusivamente por médicos, de forma a minimizar os riscos à saúde dos pacientes".
Não há informações sobre a biomédica estar liberada para sair de casa e trabalhar. A clínica permanece fechada pela prefeitura há mais de um mês.
Segundo o TJMG, a defesa de Lorena pediu a substituição da prisão por outra medida cautelar. O recurso foi encaminhado para o Superior Tribunal de Justiça.
A reportagem entrou em contato com os advogados da profissional, mas não obteve retorno.